Ministério Público investiga Juan Guaidó por preparar golpe de Estado
O procurador-geral da Venezuela anunciou hoje que abriu uma investigação contra o líder da oposição, Juan Guaidó, e o ex-major-general do Exército Clíver Alcalá Cordones, por alegadamente estarem a preparar um golpe de Estado contra o Governo venezuelano.
“Informo a opinião pública de que o Ministério Público da Venezuela abriu uma investigação contra Juan Guaidó, Clíver Alcalá e outros colaboradores pelo crime condenável e confessado de tentativa de golpe de Estado contra o Presidente Nicolás Maduro”, afirmou Tareck William Saab, na sua conta na rede social Twitter.
O procurador incluiu uma ligação para uma notícia da rádio colombiana WRádio, na qual o antigo militar afirmou que um carregamento de armas confiscado recentemente pelas autoridades da Colômbia tinha como propósito uma operação contra o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Tareck William Saab, que foi designado procurador-geral pela Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), explicou ainda que foram designados dois procuradores para investigar as declarações públicas de Clíver Alcalá, actualmente radicado em Barranquilla, na Colômbia.
O procurador-geral venezuelano adiantou que a “tentativa de golpe de Estado teria sido planeada na Colômbia com o apoio de assessores dos EUA e com dinheiro roubado do Estado venezuelano”.
“Como parte desse plano subversivo, Alcalá, com o abrigo oferecido pelas autoridades colombianas, teria organizado pelo menos três acampamentos em localidades do país vizinho para treinar grupos de assalto contra a Venezuela”, referiu Tareck William Saab.
A decisão do Ministério Público venezuelano ocorre horas depois de o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusar o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e pessoas do seu círculo de narcoterrorismo.
Segundo o Departamento de Justiça norte-americano, Maduro e os restantes arguidos são acusados de conspirar com rebeldes colombianos para “inundar os Estados Unidos de cocaína”.
“Estimamos que entre 200 e 250 toneladas de cocaína saíam da Venezuela por estas rotas. Essas 250 toneladas equivalem a 30 milhões de doses letais”, acrescentou o departamento.
O processo ficará a cargo de procuradores de Miami e de Nova Iorque que apresentarão acusações de casos concretos de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
Juan Guaidó é presidente da Assembleia Nacional (parlamento) e em Janeiro de 2019 jurou publicamente assumir as funções de presidente interino até conseguir afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e promover eleições livres no país.
Mais de 50 países apoiam o autoproclamado presidente interino da Venezuela, entre eles Portugal, uma decisão tomada no âmbito da União Europeia.