Ucrânia declara situação de emergência no país
A Ucrânia declarou hoje “situação de emergência” por um mês no seu território devido à disseminação do novo coronavírus, quando estão confirmados 113 casos de infeção no país.
Essa medida envolve essencialmente a extensão, até 24 de abril, do encerramento de escolas, espaços públicos e a maioria do comércio, inicialmente planeadas até o início do próximo mês, segundo um porta-voz do Governo à agência de notícias AFP.
Também permitirá o trabalho “reforçado” de estruturas responsáveis pelo combate à epidemia, segundo o Governo.
Ao contrário do estado de emergência, esta nova medida não precisará de ser validada pelo Parlamento e não limita as liberdades civis, nem autoriza a interferência do Estado na operação de empresas privadas.
“Estamos a estender a quarentena e a declarar uma emergência na Ucrânia” até 24 de abril, enfatizou o primeiro-ministro, Denys Chmygal, numa reunião do Governo.
A Ucrânia já encerrou jardins de infância, escolas e universidades, além de espaços públicos, incluindo restaurantes, centros comerciais e quase todo o comércio.
As viagens entre as cidades de autocarro, comboio e avião também foram proibidas e as três redes de metro do país pararam.
Em Kiev, o transporte público foi interrompido, exceto para médicos, polícias, equipas de resgate e outras profissões de importância “crítica”.
Com cerca de 40 milhões de habitantes e localizada entre a União Europeia e a Rússia, a Ucrânia, cujo sistema de saúde é frágil, registou até agora 113 casos confirmados de coronavírus, incluindo quatro mortes.
As medidas do Governo foram criticadas por vários economistas, segundo os quais correm o risco de prejudicar a economia nacional, que mal emergiu da grave crise dos anos 2014-2015.
Por causa da crise da covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) pode cair pelo menos 5% este ano, admitiu na segunda-feira a chefe-adjunta da administração presidencial Ioulia Kovaliv, citada pelos media.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.