Hospital São João no Porto com serviços em contentores para dar maior resposta
O Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, tem a funcionar desde terça-feira em contentores, instalados junto ao hospital de campanha, serviços dedicados exclusivamente a casos de covid-19, adiantou hoje à Lusa fonte oficial da unidade de saúde.
Os contentores, que começaram a ser montados há cerca de duas semanas, são uma “nova resposta” à pandemia da covid-19 e integram-se naquele que é um “plano mais vasto de previsão e contínua antecipação da dinâmica da progressão desta”, referiu a fonte.
“Nesta nova fase, o CHUSJ tem assistido a um aumento da procura, especialmente com quadro clínico mais severo, o que justificou a abertura nesta semana desta nova resposta”, vincou.
Esta nova área destina-se a doentes moderados com suspeita de infeção pelo novo coronavírus e tem gases medicinais e um equipamento de radiografia digital, complementando o trabalho feito no hospital de campanha do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Além dos contentores, a unidade hospitalar está a instalar um novo equipamento de TAC de 32 coortes, junto à área de doentes graves do serviço de urgência, que deverá estar operacional no próximo sábado e que permitirá uma “informação imagiológica bastante exigente para os casos complexos”, disse à Lusa o diretor do Serviço de Radiologia.
Este TAC, tratando-se de uma resposta “inovadora” a doentes covid-19, vai possibilitar um diagnóstico, uma estratificação do risco e uma intervenção mais precoce e mais efetiva, sublinhou António Madureira.
Outra das vantagens assenta no facto dos doentes suspeitos não terem de entrar no espaço físico do hospital e “misturar-se” com os outros pacientes, a aguardar no serviço de urgência por outras patologias, frisou.
O médico ressalvou que, desta forma, o TAC da urgência e o serviço de radiologia continuam a funcionar normalmente e a dar assistência a pacientes de outros serviços, sem estarem a ser afetados pelos exames feitos aos doentes com covid-19.
“Vamos poder avaliar, de modo mais fiável, a repercussão da doença a nível pulmonar e, assim, fazer uma melhor orientação e tratamento”, realçou.
Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).
Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.