Quarentena em França é indispensável até final de Abril
Segundo um documento divulgado, os membros do conselho científico estão de acordo para a continuação da quarentena até 28 de abril
O conselho científico que aconselha o Presidente francês afirmou hoje que a continuação da quarentena devido à pandemia de covid-19 “é indispensável” até 28 de abril, enquanto o ministro da Saúde disse tratar-se apenas de “uma estimativa”.
“O conselho científico deu uma estimativa [...] e disse que é preciso preparar uma quarentena mais dura, para além das duas semanas que anunciámos, e que, talvez, possa durar cinco ou seis semanas. Mas peço prudência”, declarou o ministro da Saúde, Olivier Véran à saída do Eliseu, em Paris, em declarações aos jornalistas, esta tarde.
O Presidente francês, Emmanuel Mácron, e alguns membros do Governo reuniram-se esta manhã com o conselho científico, que integra especialistas em epidemiologia e outros ramos da medicina ligados à propagação de vírus.
Segundo um documento divulgado, os membros do conselho científico estão de acordo para a continuação da quarentena até 28 de abril.
“O confinamento vai durar previsivelmente, pelo menos, seis semanas a partir da sua instituição [16 de março]. (...) Consideramos indispensável este prolongamento”, escreveu este organismo nas suas conclusões públicas.
Sem dar uma resposta concreta sobre o período da quarentena, o ministro Olivier Véran indicou que esta terminará quando os hospitais se começarem a esvaziar e que pode acontecer em diferentes momentos, dependendo da região, já que algumas regiões em França têm focos importantes de contaminação.
O conselho considera também que as medidas de quarentena devem ser “mais duras”, com menos pessoas a deslocarem-se para trabalhar e menos saídas autorizadas, algo que tem vindo a ser reclamado por diversos sindicatos médicos nos últimos dias.
Entretanto, a França anunciou a criação do Comité de Análise, Pesquisa e Perícia, que vai coordenar a pesquisa nacional para encontrar um tratamento para a covid-19.
Este comité é liderado por Françoise Barré-Sinoussi, virologista que participou na identificação do VIH e recebeu o Prémio Nobel da Medicina em 2008.