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Gâmbia e Nigéria anunciam primeiras vítimas mortais

Foto EPA
Foto EPA

Um líder religioso muçulmano de 70 anos, originário do Bangladesh, foi a primeira vítima mortal do novo coronavírus na Gâmbia, onde estava depois de várias celebrações religiosas feitas noutros países, anunciaram hoje as autoridades.

De acordo com a agência de notícias France-Presse, o imã tornou-se o segundo caso detectado neste pequeno país da África Ocidental, depois de ter chegado do Senegal no dia 13 de Março, disse o Ministério da Saúde em comunicado.

Este cidadão do Bangladesh tinha-se estabelecido na parte residencial de uma mesquita em Bundung, na periferia da capital, Banjul, “e estava envolvido em actividades religiosas, estando em contacto com várias pessoas”, lê-se ainda na declaração emitida no domingo e recebida hoje pela AFP.

“Dizem que ele já viajou antes para outros seis países, nos quais também celebrou cerimónias religiosas”, lê-se ainda na declaração, que dá conta que o homem, diabético, morreu numa ambulância a caminho do hospital, depois de ter ido pedir ajuda a um centro de saúde.

As autoridades da Gâmbia estão “activamente a procurar” as pessoas com quem o imã esteve em contacto e vão avisar os seis países que o imã visitou, e que não foram ainda divulgados.

Esta segunda-feira, as autoridades nigerianas anunciaram também a primeira morte causada pela Covid-19, depois de o país mais populoso da África, com 200 milhões de habitantes, ter registado um aumento acentuado do número de casos de infecção nos últimos dias.

“A primeira morte da Covid-19 foi registada”, anunciou a Agência Nigeriana de Controle de Doenças (NCDC) na sua conta no Twitter.

“Trata-se de um homem de 67 anos, que regressou à Nigéria depois de ter sido hospitalizado em Inglaterra”, adiantou a mesma entidade.

Segundo a NCDC, o estado de saúde deste paciente foi agravado pelo facto de ter diabetes e estar a fazer quimioterapia, referiu.

Ainda de acordo com a mesma entidade, hoje de manhã registaram-se mais 36 casos de Covid-19, a grande maioria em Lagos, uma cidade em expansão, com 20 milhões de habitantes.

A Nigéria suspendeu todos os voos internacionais, fechou escolas e limitou as reuniões públicas a 50 pessoas em vários estados do país.

O país é particularmente vulnerável a pandemias, com densidades populacionais entre as mais altas do mundo em muitas das suas megacidades, milhões de pessoas deslocadas por conflitos, especialmente no norte do país, e um sistema de saúde extremamente precário.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir actualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5.476 mortos em 59.138 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infectados já estão curados.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em África há 1.396 casos confirmados de infecção por Covid-19, em 43 países.

O continente africano já registava este domingo à tarde pelo menos 40 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 1.250 casos em 43 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia da covid-19.

No total, estão contabilizados naquele continente 1.267 casos de infecção desde o início da pandemia, tendo o primeiro sido detectado em 14 de fevereiro, no Egipto.

De acordo com o portal Worldometer, que compila quase em tempo real a informação da Organização Mundial de Saúde (OMS), dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças de fontes oficiais dos países, de publicações científicas e de órgãos de informação, há registos de mortes pela covid-19 em 12 países africanos: Egito, Argélia, Marrocos, Tunísia, Burkina Faso, Gabão, Sudão, Maurícias, Gana e República Democrática do Congo (RDCongo), além da Nigéria e Gâmbia, que anunciaram hoje as primeiras mortes.

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