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Bruxelas quer vias verdes nas fronteiras para transporte de mercadorias

 EPA/STEPHANIE LECOCQ
EPA/STEPHANIE LECOCQ

A Comissão Europeia recomendou hoje aos Estados-membros a criação de vias verdes nas fronteiras comunitárias para garantir o transporte de mercadorias, com trajetos que não demorem mais de 15 minutos, apesar das restrições adotadas devido à pandemia de covid-19.

Numa altura em que existem várias restrições à circulação dentro da União Europeia (UE), no seguimento de medidas adotadas pelos Estados-membros para tentar conter o surto do novo coronavírus, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresenta aos países orientações práticas para garantir o transporte contínuo de mercadorias através de vias verdes.

Reconhecendo que “o surto tem um impacto tremendo” no fluxo de bens a nível europeu, a responsável recomenda que “cruzar uma fronteira numa ‘via verde’ deve demorar, no máximo, 15 minutos”, ideias defendidas num vídeo publicado esta tarde.

De acordo com Ursula von der Leyen, no passado fim de semana verificaram-se problemas em algumas fronteiras da UE e, em alguns pontos transfronteiriços, registaram-se inclusive “mais de 40 quilómetros de fila e esperas de até 18 horas”.

“Isto tem de parar”, vincou, defendendo que, “especialmente em tempos de crise, [...] os mantimentos devem estar disponíveis para a população e os medicamentos, equipamentos de proteção e outros bens necessários têm de chegar aos hospitais e aos profissionais de saúde”.

A ideia, segundo Ursula von der Leyen, é que estas vias verdes estejam “disponíveis para veículos que transportem todo o tipo de bens”, visando “garantir a livre circulação de bens” e evitar “atrasos e problemas de escassez”.

“As medidas que estamos a adotar para conter a propagação do vírus estão a abrandar ou até impedir a circulação”, aponta.

No vídeo, Ursula von der Leyen argumenta, ainda, que “os governos nacionais devem suspender restrições como limitações na circulação durante o fim de semana ou à noite” e ainda “reduzir a burocracia para os condutores de mercadorias”.

“Os testes médicos nas fronteiras podem ser úteis e usados como medida complementar contra o vírus, mas devem ter em conta a livre circulação de bens”, adianta.

Nesta mensagem, a líder do executivo comunitário afirma ainda que “o combate ao vírus vai demorar algum tempo”, pelo que apela à proteção do mercado único europeu como forma de “vencer essa batalha”.

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