Governo chinês doa material de apoio a Portugal para combater pandemia
O governo chinês vai doar materiais de apoio e facilitar a aquisição de equipamentos a Portugal para enfrentar a pandemia da covid-19, anunciou hoje o embaixador da China em Portugal, Cai Run.
Numa nota enviada à Lusa, a embaixada chinesa mostrou-se grata às autoridades portuguesas pela “solidariedade” demonstrada durante a crise provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 na China e lembrou que “no aperto do perigo, conhece-se o amigo”, assegurando que os meios “vão chegar em breve” ao país.
“Desde há muito tempo, a Embaixada da China em Portugal tem mantido comunicação e coordenação estreitas com o governo português e as suas autoridades competentes, como o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ministério da Saúde e Direção-Geral da Saúde [DGS] de Portugal, e ao mesmo tempo tem articulado com as autoridades competentes chinesas, assim como autoridades locais e empresas”, referiu o diplomata no comunicado.
A representação chinesa em Portugal notou ainda ter promovido e coordenado esforços para que cidades como Pequim, Xangai, Shenzhen, Zhuhai e Shenyang, entre outras, tenham doado “prontamente às cidades geminadas portuguesas materiais de proteção, como máscaras médicas, fatos, etc.”
Cai Run indicou também que o grupo China Three Gorges, o maior acionista da EDP, se juntou à companhia elétrica portuguesa para a aquisição de materiais e equipamentos médicos -- “ventiladores, monitores, máscaras médicas, fatos e óculos de proteção” --, com vista à sua doação a Portugal, à semelhança de outros membros da comunidade chinesa no país.
“Um cidadão chinês em Portugal já doou num primeiro momento fatos de proteção à DGS, enquanto os ventiladores também adquiridos pela comunidade chinesa estão prestes a chegar a Portugal e serão doados à parte portuguesa”, sublinhou o embaixador chinês.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.054 casos, tendo sido registados 3.261 mortes.
Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela DGS. Dos infetados, 201 estão internados, 47 dos quais em unidades de cuidados intensivos.