Espanha vai prolongar “estado de emergência” por mais 15 dias
O Governo espanhol decidiu pedir autorização ao parlamento para prorrogar por mais 15 dias o “estado de emergência” em vigor até ao próximo sábado, comunicou o primeiro-ministro, numa videoconferência hoje com os presidentes das comunidades autónomas do país.
A imprensa espanhola cita fontes que estão a acompanhar aquela reunião virtual para informar da intenção do executivo espanhol liderado por Pedro Sánchez.
A proposta de prolongar a “estado de emergência” não deverá ter qualquer problema em ser aprovada pelo Congresso dos Deputados (câmara baixa do parlamento espanhol), depois de todos os principais partidos de direita espanhóis, na oposição, já terem manifestado que estão ao lado do Governo na luta contra o novo coronavírus.
O Governo espanhol decidiu no sábado da semana passada instaurar o “estado de emergência” durante 15 dias que para ser prorrogado necessita agora da aprovação do parlamento.
O executivo espanhol aprovou no mesmo dia medidas que incluem a proibição de todos os cidadãos de andarem na rua, a não ser que seja para irem trabalhar, comprar comida ou à farmácia.
Numa mensagem televisiva ao país no sábado à noite, o primeiro-ministro espanhol fez o balanço de uma semana com as medidas excecionais em vigor, alertando os espanhóis para o aumento das mortes nos próximos dias, mas defendendo que “mais cedo do que tarde” o país iria vencer a covid-19.
Pedro Sánchez disse que, “infelizmente”, os casos diagnosticados e o número de mortes vão aumentar nos próximos dias, que serão “muito difíceis”, apelando a toda a população para “ficar em casa”.
A Espanha registou nas 24 horas até meio de sábado 324 mortos com o novo coronavírus e um aumento de 4.946 no número de infetados, de acordo com a última atualização feita pelas autoridades de saúde do país.
Segundo os números do Ministério da Saúde espanhol, desde o início do surto, o país teve um total de 24.926 casos da pandemia da covid-19, dos quais 1.326 morreram e 2.125 foram curados.
A Espanha é o terceiro país com mais casos da covid-19, a seguir à China e à Itália e depois de ter ultrapassado o Irão em número de infetados.
Mais de 300.000 casos de infeção pelo novo coronavírus foram registados desde o início da pandemia, segundo uma atualização da contagem realizada pela agência AFP, divulgada hoje, a partir de fontes oficiais.
De acordo com a contagem da agência noticiosa, até às 09:00 de hoje, existiam pelo menos 300.097 pessoas infetadas, das quais 12.895 morreram, em 169 países e territórios.
Na China, onde surgiu a pandemia, foram registados 81.054 casos de infetados, dos quais 3.261 morreram.
Em Itália, o país que é atualmente o mais atacado pela covid-19, foram verificados 53.578 casos de pessoas infetadas, registando 4.825 mortos.
O número de casos de covid-19 contabilizados pela AFP apenas reflete uma fração real das contaminações, já que um grande número de países apenas realiza o teste de despiste da doença aos casos que necessitem hospitalização.