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Coronavírus Mundo

Brasil regista 11 mortos e 904 infetados com colapso da Saúde pevisto para abril

Grupo de governadores brasileiros pede apoio à China. Favelas sem condições para a luta

Foto EPA/Sebastiao Moreira
Foto EPA/Sebastiao Moreira

O Brasil tem 11 mortos e 904 infetados pelo novo coronavírus, informou na sexta-feira o Ministério da Saúde brasileiro, no mesmo dia em que previu para abril o colapso do sistema de Saúde do país.

Do total de mortes, nove ocorreram em São Paulo, que tem ainda 396 casos do novo coronavírus confirmados. O estado do Rio de Janeiro tem dois mortos e 109 infetados. Os estados de Roraima e Maranhão continuam os únicos sem casos registados.

O ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, afirmou na sexta-feira, em conferência de imprensa, que o sistema de saúde brasileiro deve entrar em colapso em abril, explicando que o termo se refere a uma situação onde não é possível conseguir atendimento médico para todos os casos.

“Claramente no final de abril o nosso sistema entra em colapso. O que é um colapso? Às vezes as pessoas confundem colapso com sistemas caóticos, com sistemas críticos, aonde vê aquelas cenas de pessoas nas macas”, indicou o ministro.

O governante precisou que o colapso é quando alguém “pode ter o dinheiro, (...) pode ter o plano de saúde, pode ter a ordem judicial, mas simplesmente” não há um sistema para entrar.

“É o que está a vivenciar a Itália, um dos países de primeiro mundo que, atualmente, não tem onde entrar”, explicou.

A estimativa do Ministério da Saúde é que haja um crescimento dos casos do Covid-19 nos próximos 10 dias, com uma subida mais aguda em abril, permanecendo alta em maio e junho.

A partir de julho, o Governo espera o início da desaceleração e, em agosto, um movimento de queda.

O Ministério da Saúde declarou que todo o território nacional está sob o estatuto de transmissão comunitária do novo coronavírus, que é quando há uma maior difusão do vírus e as autoridades de saúde já não conseguem identificar a trajetória de infeção.

Um grupo de nove governadores estaduais no nordeste brasileiro pediu hoje apoio à China no combate à pandemia causada pelo novo coronavírus no país.

O grupo pediu hoje ao embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, o envio de “material médico, consumíveis e equipamentos que possam ajudar na luta contra o flagelo” do surto da Covid-19.

Segundo a carta enviada ao embaixador, “a China acaba de enfrentar um problema semelhante do qual saiu vitoriosa”.

E o Brasil, segundo analistas, tem um défice de camas hospitalares de ventiladores para atender os pacientes internados.

“Reafirmamos nossa admiração pela forma como o povo chinês enfrentou a epidemia e pela imensa amizade que une nossos povos”, acrescentou a carta assinada pelo líder do grupo, o governador do estado da Bahia, Rui Costa.

As favelas do estado brasileiro do Rio de Janeiro não estão preparadas para enfrentar o novo coronavírus, que, sem água canalizada ou condições de habitação para isolamento, serão as maiores vítimas desta pandemia, alertou à Lusa um dos moradores.

Com os primeiros casos suspeitos de coronavírus a pesarem sobre a já estereotipada favela da Cidade de Deus, Jota Marques, morador e conselheiro tutelar daquele bairro, assegura que as autoridades governamentais não estão a fazer o devido planeamento que essas comunidades necessitam.

Os problemas enumerados pelo morador são vários. Contudo, a falta de água canalizada está em primeiro lugar. Sem ela, os mínimos da higiene básica, como uma eficaz lavagem de mãos, estão postos em causa.

À falta de água canalizada, junta-se a crise de água potável que desde o início do ano afeta o Rio de Janeiro, e que levou os moradores a exigirem uma solução para o problema do mau sabor, cheiro forte e coloração incomum do líquido que sai da torneira das casas em dezenas de bairros.

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) chegou a interromper o funcionamento de uma estação de tratamento de água que serve nove milhões de pessoas após a deteção de detergente.

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