Sindicatos da GNR e PSP queixam-se de falta de meios de proteção
A falta de material de proteção individual, utilizado devido à pandemia por covid-19, é comum à PSP e à GNR, segundo as duas mais representativas associações sindicais daquelas forças de segurança.
Segundo Paulo Rodrigues, da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), há falta de material de proteção pessoal para os elementos da PSP e o que há ainda não foi distribuído a todos os polícias.
“A falta de material de proteção -- luvas, máscaras e desinfetante -- é um problema transversal que afeta os profissionais de saúde e a polícia. O que já foi distribuído não é suficiente”, denunciou o sindicalista.
Também na GNR o material de proteção para os militares não é suficiente, segundo César Nogueira, da Associação Sindical da Guarda e deu como exemplo o concelho de Ovar, onde foi decretado o estado de calamidade pública.
“Os meios de proteção são cada vez mais escassos e o material que foi distribuído foi pouco. Por exemplo em Ovar há falta de material de proteção individual, os militares andam 10 as 12 horas com a mesma máscara, com as luvas transpiradas”, afirmou.
O sindicalista da guarda disse ainda que, em Ovar, onde as entradas e saídas de pessoas são controladas, “estão a dormir 16 militares numa camarada de um quartel de Aveiro, o que é um contrassenso”.
Em relação às indicações que têm sido dadas aos cerca de 22 elementos da GNR, César Nogueira referiu que têm recebido diariamente mails do comando geral com diretrizes, mas que “algumas unidades não as estão a cumprir a 100%, o que provoca alguns constrangimentos a nível de gestão de meios”.
Na PSP, segundo Paulo Rodrigues, foi pedido para que os agentes façam uma racionalização dos meios de proteção, já que “só foi distribuído um kit” e que há elementos que ainda nem sequer receberam.
“Os polícias, até por uma sensação de segurança porque andam na rua, gostariam de ter mais material de proteção disponível, mas se agora utilizarmos o pouco que temos podemos não ter quando a situação se complicar”, afirmou.
Portugal encontra-se em estado de emergência e entre as medidas aprovadas está o “isolamento obrigatório” para doentes com a covid-19 ou que estejam sob vigilância ativa e cuja fiscalização do cumprimento é da responsabilidade das forças e serviços de segurança.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 271 mil pessoas em todo o mundo, das quais pelo menos 11.401 morreram.
Em Portugal, há 12 mortes e 1.280 infeções confirmadas.
O número de mortos duplicou hoje em relação a sexta-feira e registaram-se mais 260 casos no mesmo período.