Número de infeções registadas em África ultrapassa o milhar
O número de infeções pelo novo coronavírus em África ultrapassou hoje os mil em 40 países e territórios, com registos de 30 mortes, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia de covid-19.
No total foram contabilizados 1.107 casos de infeção desde o início da pandemia, cujo primeiro caso foi detetado em 14 de fevereiro, no Egito.
De acordo com o portal Worldometer, que compila quase em tempo real a informação da Organização Mundial de Saúde (OMS), dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças de fontes oficiais dos países, de publicações científicas e de órgão de informação, há registos de mortes pela covid-19 em oito países africanos: Egito, Argélia, Marrocos, Tunísia, Burkina Faso, Gabão, Sudão e Maurícias, tendo este último registado hoje a sua primeira morte.
Segundo uma contagem efetuada pela Lusa às 15:00 horas, o continente conta ainda 104 recuperados, números que baixam o total de infeções ativas para 973.
A Argélia conta agora 12 mortes e 95 casos de infeções pelo SARS-Cov-2, sendo o país africano com maior número de vítimas mortais causadas pela doença covid-19. Ao mesmo tempo, o país é também o que regista maior número de recuperações: 43, tendo agora 40 casos ativos.
O Egito, que soma o maior número de casos de infeção em África, 285, regista oito mortes, seguido por Marrocos, com três mortes em 86 casos, e Burkina Faso, também com três mortes em 64 casos.
Tunísia, com 60 casos, Maurícias, com 14, Gabão, com quatro, e Sudão, com dois, registam todos uma vítima mortal.
Nas últimas horas foram anunciados mais de uma centena de novos casos em 14 países, incluindo Angola -- que apontou os seus dois primeiros casos -- e Cabo Verde, que agora tem três casos infeções pelo vírus.
Além dos dois países lusófonos, registaram novos casos Zimbabué, Togo, Libéria, Costa do Marfim, Gana, Nigéria, Camarões, República Democrática do Congo, Burkina Faso, Tunísia, Argélia e África do Sul.
A maioria foi registada na África do Sul que contabilizou 38 novos casos.
Além dos países já referenciados, há casos de covid-19 no Senegal, Ruanda, Etiópia, Quénia, Seicheles, Tanzânia, Guiné Equatorial, República do Congo, Namíbia, Benim, Mauritânia, Zâmbia, República Centro-Africana, Chade, Djibouti, Gâmbia, Guiné-Conacri, Níger, Somália e Essuatíni.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 271 mil pessoas em todo o mundo, das quais pelo menos 11.401 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 164 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
No contexto dessas medidas, o Egito proibiu hoje a realização de manifestações religiosas no país, enquanto a Nigéria anunciou este sábado a suspensão, durante um mês, o encerramento dos seus aeroportos a voos vindos do estrangeiro.
O anúncio das autoridades nigerianas surgiu pouco depois da Nigéria ter registado os primeiros casos de covid-19 na sua capital, Abuja.
Esta tem sido uma medida adotada por vários países em África, como Angola e Botsuana, que encerraram o seu espaço aéreo.
Ainda assim, os presidentes de Angola, João Lourenço, e do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, foram vistos na cerimónia de tomada de posse do seu homólogo namibiano, Hage Geingob, segundo a comunicação social do país. A Namíbia tem atualmente três casos ativos de covid-19.
A nível de responsáveis políticos, pelo menos quatro ministros do Burkina Faso foram diagnosticados com covid-19.
Esta semana, o diretor-geral da OMS, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que “o melhor conselho para África é preparar-se para o pior”.
“Acredito que África deve despertar, o meu continente deve despertar”, acrescentou.