Chega escreve a Von der Lyen para pedir suspensão de voos dentro da UE
O presidente do Chega, André Ventura, endereçou hoje uma carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a pedir a suspensão das ligações aéreas dentro da União Europeia para travar a propagação da covid-19.
“Eu não estaria bem com a minha consciência se não lhe escrevesse esta carta e pedisse que considere seriamente a necessidade urgente de suspensão de todos os voos dentro da União Europeia, exceto aqueles forem urgentes para não quebrar cadeias de fornecimento de alimentos ou medicamentos, entre outros bens ou serviços necessários”, refere Ventura.
Na missiva, à qual a agência Lusa teve acesso, o também deputado diz-se “ciente da dificuldade desta decisão e de todas as consequências”, mas defende que, “quanto mais cedo esta decisão for tomada, mais rápido será possível ultrapassar esta dramática situação”.
O deputado na Assembleia da República defende que a pandemia da covid-19, e os seus efeitos, têm de “ser combatidos energética e eficazmente, em todos os planos”.
André Ventura pede igualmente à Comissão Europeia “ajuda extraordinária, efetiva e objetiva para a economia portuguesa, em especial para as micro, pequenas e medidas empresas, bem como para as famílias e pessoas em necessidade”.
O líder do Chega antecipa “consequências sérias que vão aparecer a pequeno e médio prazo”, devido “à frágil situação” em que a economia se encontra, “depois de ter ultrapassado uma séria crise económica há pouco tempo”.
Considerando que “as circunstâncias em que o vírus apareceu e se desenvolveu são estranhas e suspeitas”, Ventura pede a Ursula von der Leyen que, “logo que a crise de saúde pública esteja ultrapassada”, lance “uma profunda e séria investigação sobre o papel e a responsabilidade do regime chinês neste fenómeno”.
“A nossa principal responsabilidade é a proteção das vidas, saúde, empregos e negócios europeus”, salienta ainda na carta enviada hoje.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 271 mil pessoas em todo o mundo, das quais pelo menos 12.000 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 4.825 mortos (mais 793 do que na sexta-feira) em 53.578 casos (mais 6.557, um recorde em 24 horas). Segundo as autoridades italianas, 6.062 dos infetados já estão curados.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.008 casos, tendo sido registados 3.255 mortes e 71.740 pessoas curadas.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, há 12 mortes e 1.280 infeções confirmadas.