México prepara plano de auxílio à população com apoio militar
O Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, informou ontem que está a ser preparado um plano de auxílio à população, designado Plano DN-III, com o apoio do Exército e Marinha caso a pandemia do coronavírus se expanda no país.
“Se for necessário, está a ser preparado um Plano DN-III com esse objetivo. Vamos contar, como sempre, com o apoio do Exército e da Marinha, com todo o seu pessoal médico, com as suas instalações. Todo o Governo está preparado”, afirmou o Presidente no início da conferência de imprensa diária matutina desde o Palácio Nacional.
“Existe um plano e uma estratégia desde há quase três meses”, frisou.
O Presidente voltou a apelar à calma e indiciou que existem “três etapas” de combate à pandemia da Covid-19 que está a alastrar por todo o mundo, e quando o México regista 118 casos e anunciou hoje a primeira morte.
Segundo o Governo do México, o Plano DN-III foi instaurado em 1965 e é um instrumento operativo militar que estabelece normas gerais aos organismos do Exército e Força Aérea para realizar atividades de auxílio à população afetada por desastres de origem natural ou humana.
De acordo com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE), o México possui 1,4 camas por cada 1.000 habitantes, enquanto a Espanha garante três, a Itália 3,2 e a China 4,2.
Apesar destes dados, o chefe de Estado, conhecido por AMLO, assinalou hoje que “não há falta de recursos” e que já foi previsto um orçamento suplementar para enfrentar a pandemia, que segundo as projeções deverá propagar-se com maior velocidade no país de 127 milhões de habitantes entre 20 e 30 de março, e que se prolongará por 12 semanas.
“Estamos a atuar de forma responsável e não devemos cair no medo e da psicose”, sublinhou López Obrador, antes de garantir que o seu Governo está a adquirir material “de forma metódica e a bom preço”.
“Estamos medicamente preparados. Temos um plano de apoio aos doentes. Espaços e camas suficientes em centros de saúde e hospitais”, apontou o Presidente, muito criticado desde o início do seu mandato, em 01 de dezembro de 2018, pela gestão do setor da saúde.
AMLO acrescentou ainda que vão ser tomadas medidas para facilitar a entrega de bens de primeira necessidade e das reformas aos idosos, incluindo com o apoio da Guarda Nacional.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.900 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 85.500 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália, com 2.978 mortes em 35.713 casos, a Espanha, com 767 mortes (17.147 casos) e a França com 264 mortes (9.134 casos).
A China anunciou hoje não ter registado novas infeções locais nas últimas 24 horas, o que acontece pela primeira vez desde o início da pandemia. No entanto registou 34 novos casos importados.
No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.894 infeções diagnosticadas, incluindo 69.614 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.237.
Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.978 mortes em 35.713 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.361 casos), a Espanha, com 767 mortes (17.147 casos) e a França com 264 mortes (9.134 casos).
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.