Gigante israelita Teva oferece 10 milhões de medicamento antimalária aos EUA
A gigante israelita de medicamentos genéricos Teva anunciou hoje que vai oferecer a hospitais norte-americanos 10 milhões de doses do seu medicamento usado para a malária, que pode ser eficaz no combate à pandemia de Covid-19.
A empresa diz que seis milhões de doses serão entregues aos hospitais dos EUA até 31 de março e as restantes dentro de um mês.
“Estamos comprometidos em participar nesta doação (...) pois a procura por este medicamento está a acelerar”, disse o vice-presidente executivo da Teva, Brendan O’Grady, num comunicado à imprensa.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, elogiou o uso de hidroxicloroquina na quinta-feira, depois dos resultados que o medicamento apresentou na China e na França, embora muitos especialistas apelem à prudência.
Na França, o laboratório Sanofi disse que estava pronto para oferecer milhões de doses de Plaquenil (que contém a mesma substância) para eventualmente tratar 300.000 pacientes.
A hidroxicloroquina, também usada durante décadas em doenças autoimunes como o lúpus ou artrite reumatóide, pode ter um efeito na eliminação do vírus, admitiu na segunda-feira o professor Didier Raoult, diretor do Hospital Universitário de Marselha.
Trabalho semelhante foi realizado na China, no auge da epidemia de Covid-19 em Wuhan.
Segundo o estudo realizado pelo professor Raoult em 24 pacientes com o novo coronavírus, seis dias após o início do tratamento com Plaquenil o vírus desapareceu em três quartos das pessoas tratadas.
A Food and Drug Administration (FDA), a agência federal que supervisiona a comercialização de medicamentos nos Estados Unidos, moderou um pouco o entusiasmo do Presidente Trump indicando que o tratamento, autorizado para certas doenças, não foi ainda aprovado para o coronavírus.
Mas será feito “um estudo clínico prolongado”, disse Stephen Hahn, diretor da FDA.
Com base nestes avanços médicos, a Teva diz também que fará tudo para acelerar a sua produção de hidroxicloroquina e que realizará pesquisas para ver se no seu amplo catálogo de 3.500 medicamentos outros podem ser usados para combater a Covid-19.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.