Plataforma de Media Privados defende “medidas urgentes” para setor
A Plataforma de Media Privados (PMP) manifestou hoje a sua “surpresa e preocupação” perante a ausência de um programa de ação dirigido aos media, face aos impactos do novo coronavírus, e defendeu “medidas urgentes” para o setor.
Na quinta-feira, o Dinheiro Vivo noticiou que a PMP, constituída pelos grupos editoriais Cofina, Global Media, Impresa, Media Capital, Público e Renascença, vai pedir um plano de resgate para os media em Portugal para mitigar o impacto da pandemia do novo coronavírus.
Hoje, em comunicado, a PMP “manifesta o seu total empenho na ultrapassagem da grave crise sanitária provocada pelo vírus covid-19”, referindo que os media portugueses “têm demonstrado uma abnegação sem reservas, não se furtando a riscos e sacrifícios no exercício da sua missão”, estando “solidários com o esforço coletivo dos portugueses e das suas instituições, cientes do papel insubstituível que representam para a informação, atuante e rigorosa, de toda a população”.
A crise atual “terá fortes impactos negativos em todo o tecido económico e social”, aponta a PMP, salientando que “muitos já se fazem sentir de forma aguda num conjunto amplo de setores da atividade económica, onde os media se incluem”.
Perante isto, a Plataforma de Media Privados “não pode deixar de exprimir a sua surpresa e preocupação face à ausência de um programa de ação dirigido aos media”.
E adianta: “Pelos profundos impactos da atual crise sobre o setor, não esperamos menos do que o previsto para os setores do turismo e da cultura”.
A plataforma, liderada por Luís Nazaré, considera que se impõe “medidas urgentes” para o setor, para as quais a entidade está, “desde já”, disponível para contribuir.
“Apesar de encarar positivamente as medidas anunciadas pelo Governo no tocante à flexibilização das contribuições tributárias, registamos que nada é avançado para eliminar a situação de imoralidade fiscal de que beneficiam as plataformas e outros concorrentes globais instalados no nosso território”, aponta a PMP.
“A introdução de obrigações sobre estes atores permitiria, a um tempo, mitigar os efeitos orçamentais negativos da crise e introduzir decência no mercado, agora especialmente fragilizado”, prossegue ainda a Plataforma de Media Privados.
“O estado de emergência em vigor não deve colocar entraves ao funcionamento da cadeia de valor informativa, da produção à distribuição, incluindo a manutenção dos pontos de venda”, pois “não teremos forma de cumprir a nossa missão se tal não se verificar, e todos ficaríamos a perder”, alerta.
“A quebra pronunciada de receitas, os fortes acréscimos de custos, as dificuldades na produção, logística e distribuição de publicações não minam a nossa vontade, mas comprometem seriamente a nossa sobrevivência se nada for feito para apoiar quem pretende manter-se ao serviço de todos”, salienta a PMP.