África do Sul sobe casos de infeção para 202 e pede ajuda à Cruz Vermelha
O Governo sul-africano solicitou ajuda à Cruz Vermelha Internacional para contrariar a propagação do novo coronavírus na África do Sul, que subiu para 202 casos positivos em seis províncias do país, anunciou hoje o ministro da Saúde.
Zweli Mkhize disse, em conferência de imprensa, em Bloemfontein, capital da província do Free State, centro do país, que manteve nesse sentido um encontro no estrangeiro com o diretor da Cruz Vermelha para “trabalharem com o Governo no apoio à luta contra o novo coronavírus”.
O governante sublinhou que a organização com sede na Suíça “tem uma presença na África do Sul e que já tem experiência no combate à Covid-19 na China e na Europa”, sem precisar mais detalhes.
O ministro da Saúde anunciou hoje que, dos 202 casos de infeção pelo novo coronavírus na África do Sul, sete são na província do Free State que registou quinta-feira o seu primeiro caso de Covid-19.
Cinco pessoas com análises positivas naquela província vieram do estrangeiro para atender a uma cerimónia religiosa com mais de 200 pessoas e que estão em isolamento numa residência local, segundo o governante.
Os visitantes são do Texas, nos Estados Unidos da América, Israel e França, adiantou.
Na intervenção do governante, transmitida pelos canais nacionais de televisão, as autoridades locais mostraram-se preocupadas com a propagação do novo coronavírus na região, sublinhado que “há 135 assentamentos populacionais informais na cidade de Bloemfontein e um elevado número de desempregados”.
Na quinta feira, o Governo sul-africano confirmou a existência de 150 casos positivos por infeção de Covid-19 no país.
Mkhize disse ainda que os cientistas sul-africanos estimam que 60% da população na África do Sul será afetada pelo novo coronavírus, sublinhando que “não serão todos ao mesmo tempo”.
“O vírus irá ficar entre nós durante muito tempo e será uma daquelas viroses em que o nosso organismo terá de encontrar novas imunidades para o contrariar”, salientou o ministro da Saúde da África do Sul.
O Instituto de Doenças Transmissíveis sul-africano (NICD, na sigla em inglês) referiu, em comunicado divulgado hoje no ‘site’ oficial de Internet, que “ainda há muita incerteza quanto à provável trajetória da pandemia na África do Sul”.
Nesse sentido, refere a mesma nota, “o NICD está a coletar dados sobre a epidemia no país e criou um grupo de trabalho especializado para desenvolver modelos mais sofisticados e robustos para a África do Sul”.
O comunicado do NICD informou que até esta sexta-feira, “o número total de casos Covid-19 é de 202, com as novas infeções nas províncias do Free State e de Gauteng, envolvente a Joanesburgo, a representar mais de 50% do total de casos confirmados” na África do Sul.
Até sexta-feira, além do Free State, as restantes províncias afetadas são Gauteng, envolvente a Joanesburgo, Western Cape, KwaZulu-Natal, Mpumalanga e Limpopo, [três províncias que fazem fronteira com Moçambique], segundo as autoridades da Saúde sul-africanas.
O Governo ativou o estado de desastre nacional declarado no domingo pelo Presidente da República, que antecede o estado de emergência, com medidas de segurança e de saúde sem precedentes, para tentar contrariar a pandemia do novo coronavírus no país.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 89.000 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se hoje o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 3.405 mortos em 41.035 casos.
A China, por sua vez, informou não ter registado novas infeções locais pelo segundo dia consecutivo, embora o número de casos importados tenha continuado a aumentar, com 39 infeções oriundas do exterior.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.