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Passageiros portugueses deram dados falsos para furar a quarentena imposta por Angola

Sílvia Lutucuta reiterou que o país continua sem registar casos do novo coronavírus, ao contrário de informações que davam conta da notificação da primeira ocorrência em Angola

EPA/AMPE ROGERIO
EPA/AMPE ROGERIO

A ministra da Saúde angolana disse hoje que alguns passageiros, oriundos de Portugal, que estariam obrigados a fazer quarentena forneceram dados falsos à chegada ao país, mas foram detectados e terão de cumprir quarentena compulsivamente por causa da covid-19.

Sílvia Lutucuta, que falava hoje em conferência de imprensa, fez referência aos últimos passageiros provenientes de Portugal, depois da decisão do Governo angolano de incluir o país na lista de restrições com obrigatoriedade de quarentena, e que chegaram a Luanda na quarta-feira, nas vésperas de Angola fechar as suas fronteiras aéreas para evitar o contágio pelo novo coronavírus, que causa a doença covid-19.

A ministra referiu que alguns passageiros forneceram dados falsos, nomeadamente número de telefones e moradas, para evitar cumprir a medida, mas “a polícia tem condições e já está a fazer esse trabalho de rastrear as pessoas”.

“Não haverá mais avisos, quem reside no Cazenga e é encontrado na ‘Baixa’, a polícia vai pegar em si e levar para o centro do Calumbo, não haverá explicação possível nem tolerância”, avisou, acrescentando que as equipas de saúde pública têm estado a telefonar para confirmar que as pessoas estão bem.

A ministra garantiu que há um sistema de rastreio telefónico que permite saber onde as pessoas se encontram.

A governante angolana disse que foi adoptada a quarentena domiciliar por se ter tornado inviável a quarentena institucional em vigor, que abrangia anteriormente apenas quatro países - China, Coreia do Sul, Irão e Itália - com casos de transmissão comunitária de coronavírus.

“Mas temos que perceber que Angola tem uma relação secular de amizade com Portugal e há pessoas que têm uma relação muito próxima, têm famílias em Portugal e viajam com muita regularidade por várias razões, ou familiares, ou por formação ou comerciais”, referiu a ministra.

Segundo a responsável da Saúde, com a necessidade de alargar as restrições a outros países, incluindo Portugal, um grande contingente de angolanos que estavam em território português teve de regressar ao país e devido ao elevado número de passageiros, superior à capacidade instalada, a opção foi a quarentena domiciliar.

Durante o período de quarentena, prosseguiu a ministra, as pessoas terão de cumprir os 14 dias de isolamento, bem como os restantes membros do agregado familiar.

“Se houver alguma manifestação clínica, nomeadamente tosse, febre, dor na garganta e dificuldade respiratória podem contactar o 111, onde temos uma equipa de profissionais no Centro Integrado de Segurança Pública [CISP] capaz de orientar estas pessoas”, frisou.

Na mesma ocasião, Sílvia Lutucuta reiterou que o país continua sem registar casos do novo coronavírus, ao contrário de informações que davam conta da notificação da primeira ocorrência em Angola, salientando que as autoridades sanitárias angolanas respeitam os compromissos internacionais existentes, nomeadamente com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“E, por outro lado, se nós queremos de facto proteger a nossa população, nós temos que informar com verdade como é que está a situação em Angola”, referiu, destacando que o país fez até ao momento 150 testes.

“Nós já estamos a processar as amostras cá em Angola, cumprindo estritamente com os protocolos estabelecidos. Não temos tido problema nenhum, porque é todo um sistema que tem mecanismos de controlo positivos e negativos e, felizmente, no rastreio laboratorial que tem sido feito até aqui não tivemos nenhuma amostra positiva” de covid-19, salientou.

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