Para ELAS o máximo respeito
Hoje gostaria de falar de tantos assuntos que têm estado nas bocas do mundo, mas decidi deixar para os/as experts que abundam cada vez mais, sobretudo nas redes sociais, na comunicação social, nos cafés e nas esquinas e ruas da cidade. Nunca imaginei que a Madeira tivesse tantos/as especialistas em tantas coisas. Vou-me cingir aos meus conhecimentos e tentar não “chafurdar” naquilo que não conheço. Não quero dar opinião, esperando que a nossa saúde se mantenha o melhor possível, para não termos que recorrer aos médicos nos próximos tempos, pelo menos, até a tempestade passar, e que todos os vírus se mantenham longe dos nossos corpos.
Esta semana, que vai ser dedicada às mulheres, estão anunciadas várias iniciativas que serão desenvolvidas pelas entidades oficiais, sobretudo pelo Município do Funchal, e o lançamento de um livro, iniciativa da UMAR/Madeira, escrito a várias mãos com diferentes visões sobre a Igualdade de Género e o Feminismo. Será um momento alto do nosso trabalho porque colocámos, por escrito, o que pode ser um contributo para ajudar a debater um tema que está na ordem do dia. No próprio dia 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres, teremos a oportunidade de ver um filme no Teatro Municipal Baltazar Dias, dedicado “Às Mulheres do meu País”, da autoria da Raquel Freire, que será o culminar de uma semana onde toda a gente que queira pode participar.
Hoje mesmo vai ser inaugurada uma exposição internacional com figuras mundiais que lutam em várias partes do mundo pelos direitos das Mulheres. Esta iniciativa é apoiada pela Embaixada da Suécia, e será seguida de uma conversa muito interessante, onde participará, para além da Senhora Embaixadora, uma representante da CIG (Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género) do Governo da República e a Vereadora responsável pelo Pelouro.
Sei que se vão realizar outros eventos em vários sectores da sociedade, em várias escolas da região, na Assembleia Regional, que, de certeza, vão engrandecer o facto de, hoje em dia, as mulheres estarem em todas as esferas da sociedade, fazendo parte de sectores até há pouco tempo considerados “só para homens”. Todos os eventos, são bem vindos e, no que estiver ao meu alcance, vou participar no máximo que for possível. Até porque hoje falar no Dia das Mulheres é dizer que ainda existem, na sociedade, muitos preconceitos em relação a ELAS e que é fundamental não deixar passar as oportunidades, para lembrar o que ainda se passa em termos de discriminação e das violências várias que afetam as suas vidas.
Sei que existem pessoas que não gostam que se diga e se lembre como ELAS ainda não atingiram a sua verdadeira emancipação. Sei que vou ser alvo dos comentários do costume. Mas, mesmo assim, relembro que são ELAS que sofrem mais discriminação salarial. Que, muitas vezes, são preteridas no desempenho de algumas funções só porque são mulheres. Que são a maioria do trabalho precário. Que ainda morrem às mãos dos agressores, na maioria seus companheiros de casa. E que, ainda durante as relações precoces de namoro, são quem mais sofre violência.
No entanto, ELAS continuam por todo o lado a fazer coisas muito interessantes, a serem criativas, a lutarem pela vida, a trabalharem pela sua independência com projetos inovadores a vários níveis. ELAS não param e enfrentam os desafios que a vida, todos os dias, lhes impõe e, por isso mesmo, merecem ser tratadas com respeito e em igualdade de direitos e de oportunidades.
Nesta semana, eu, que continuo a fazer parte DELAS, só posso sentir orgulho por aquilo que já conseguimos alcançar, e tristeza por haver tanta coisa por resolver. Mas a luta vai continuar, porque a vida não para e ainda temos muito caminho pela frente para andar.