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Fernando Valente fala de suspensão “inevitável” do futebol na Ucrânia

Foto Miguel Pereira/Global Imagens
Foto Miguel Pereira/Global Imagens

O treinador Fernando Valente, que orienta a equipa de sub-21 do Shakhtar Donetsk, afirmou que a suspensão do futebol na Ucrânia, imposta na terça-feira, “era inevitável” e alertou para as consequências da pandemia da Covid-19.

“[A suspensão do futebol] Era inevitável em função dos últimos acontecimentos a nível mundial, no sentido de controlar o mais rápido possível a propagação do vírus. Esta tragédia está longe de ser resolvida”, disse o técnico português à Lusa.

Sobre a demora da suspensão no futebol ucraniano em comparação com a maioria dos países, Fernando Valente salientou: “nunca saberemos se a decisão foi no tempo certo. Nós muitas vezes não temos noção da realidade e do que se está a passar, por isso, na Ucrânia, demoraram um pouco mais a decidir”.

O treinador acrescentou que as pessoas “têm de estar preparadas” para as consequências dos eventos recentes, que o leva a antever um “futuro extremamente preocupante”, com uma “rutura económica” a encaminhar “muitas empresas à falência” e uma “recessão social acentuada”. No futebol, os clubes e os jogadores vão atravessar imensas dificuldades.

“Sendo o futebol a maior indústria mundial e que movimenta milhões de pessoas, a repercussão dos danos causados por esta interrupção irá, de certa maneira, condicionar o planeamento das competições futuras, com os elevados prejuízos inerentes a esta paragem, devendo repercutir no emagrecimento dos futuros orçamentos dos clubes e que irá afectar principalmente os profissionais das modalidades”, considerou.

A situação da pandemia da Covid-19 teve de ser “encarada e aceite” e impôs a adaptação a “novas rotinas”, disse.

Fernando Valente contou ainda como tem passado o dia a dia na Ucrânia, mantendo contacto com Luís Castro, treinador da equipa principal do Shakhtar, embora estejam em “zonas desportivas diferentes” e com os familiares em Portugal.

“Neste momento, vivo num quarto de hotel, porque a minha família está em Portugal, e passo o meu tempo entre o ginásio, que normalmente só é utilizado por mim, uns passeios ao ar livre e muito tempo a ler e a reajustar conceitos sobre a minha atividade de treinador”, referiu, destacando a constante aprendizagem de treinador, com “novos desafios”, que exigem uma “flexibilidade comportamental” para poder “lidar da melhor maneira” com o grupo de trabalho.

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