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Linha SOS Sida alarga horário para apoiar e aconselhar populações vulneráveis

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A Liga Portuguesa Contra a Sida (LPCS) alargou o horário da Linha SOS Sida para responder a questões levantadas sobre o novo coronavírus por doentes com VIH e outras doenças infecciosas, foi hoje anunciado.

“Perante o cenário de evolução da Covid-19, em que se prevê um aumento do número de casos”, a LPCS disponibiliza e reforça “o serviço de aconselhamento telefónico, de forma gratuita e acessível para todo o território nacional, num horário entre as 10:30 e 21:30”.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da LPCS, Maria Eugénia Saraiva, explicou que a linha de atendimento gratuito e confidencial, que completa este ano 29 anos, funciona diariamente entre as 17:30 e as 21:30, mas o horário tem sido adaptado às necessidades que a organização sente por parte das pessoas que a contactam.

“Estando nós a trabalhar há 30 anos com e para as pessoas mais vulneráveis, que são as pessoas que vivem com a infeção por VIH, fez-nos todo o sentido alargar o horário de funcionamento (...) e para isso contamos com todos os profissionais de saúde que estão ligados à Liga há 30 anos para que possamos disponibilizar todo o nosso saber e fazer a gestão do stress e da ansiedade” da situação que se vive no país, disse.

Para terem acesso a este apoio, as pessoas devem ligar para o número 800 20 10 40. “Quando percebermos que as dúvidas nos ultrapassam iremos direcionar para a linha de saúde 24”, sublinhou.

Maria Eugénia Saraiva sublinhou que, apesar de não haver evidências que as pessoas que vivem com VIH/sida estejam mais expostas à Covid-19, o que se sabe é que as pessoas mais vulneráveis têm “o sistema imunológico mais fragilizado”.

“A nossa preocupação não se restringe apenas às pessoas que vivem com VIH”, mas também aos utilizadores de droga, dos sem-abrigo e dos imigrantes, que “muitas vezes precisam de uma descodificação das notícias que saem”, mas também das “falsas notícias”.

Segundo a responsável, a linha está a contribuir para a gestão de informação, para tentar descodificar e ajudar, mas “sem querer sobrepor-se a quem mais sabe que são os investigadores, os epidemiologistas, os infeciologistas”.

“Estamos a trabalhar somente com as diretrizes da DGS e com a gestão do stress e da ansiedade das populações mais vulneráveis”, disse, explicando que estão a aconselhar as pessoas a ficarem em casa, a fazer o distanciamento social, estar atento aos sintomas respiratórios, como a tosse, febre e dificuldades respiratória, e lavar as mãos que “é o mais importante”.

Contactada pela agência Lusa, a diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida, Isabel Aldir, explicou que os cuidados que estas populações mais vulneráveis devem ter são idênticos aos de qualquer cidadão, tendo a particularidade que algumas dessas pessoas têm um sistema imunitário mais frágil e podem estar em maior risco de contraírem a doença.

“São situações que nós ainda não temos a certeza das respostas, ainda estamos a aprender alguns aspetos relativamente a esta doença, mas porque particularmente a população infetada com o vírus do VIH tem um sistema imunitário perturbado, podem ter uma expressão mais grave da doença e, portanto tem que ter essa informação presente para tomarem todas as medidas que estão a ser referenciadas pela DGS, mas não mais do que isso”, defendeu a médica infeciologista.

Em Portugal, estão confirmados 642 casos de infeção pelo novo coronavírus.

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