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Portugueses ‘aflitos’ e ‘desesperados’ retidos nas Filipinas

Foto EPA/FRANCIS R. MALASIG
Foto EPA/FRANCIS R. MALASIG

Pelo menos “uma centena de portugueses” está retida nas Filipinas, “aflitos” e “desesperados”, sem conseguirem regressar a Portugal, disseram hoje à agência Lusa vários membros do grupo.

“Neste grupo [em Cebu] estão mais de 40 portugueses”, mas, espalhados pelas Filipinas, “segundo a última contagem, eram sensivelmente 120”, porque “há muita gente que está retida em ilhas”, explicou Emanuel Mosca.

“Há pessoas desesperadas, já vi pessoas a chorar e quer tudo voltar para o país”, acrescentou, junto do Aeroporto Internacional de Cebu.

“Encontrávamos todos em ilhas, e então achámos por bem, no caso de alguém nos poder ajudar, que seria sempre melhor dirigirmo-nos a um aeroporto internacional”, adiantou, falando em nome do grupo, que o rodeava, formado por pessoas de Lamego, Coimbra, Lisboa e Ponte de Lima.

“Há inclusivamente pessoas que gastaram praticamente o dinheiro todo que tinham em voos, que entretanto foram cancelados, e que já não sabem, se tiverem mesmo de ficar aqui, como é que se vão manter, como é que se vão sustentar, porque não têm resposta nenhuma por parte de praticamente ninguém”, acrescentou.

Há cinco dias que lhes foi dito que tinham de abandonar o país. “No meu caso em particular já gastei quase um milhar de euros em hotéis e também em voos que acabaram por ser cancelados”, precisou.

O grupo está a combinar ficar no mesmo hotel. “Para não ficarmos espalhados uns dos outros, porque já estamos com medo, medo de ficar sem dinheiro, com medo de ficar longe do nosso país, estamos com medo, depois, se acontecer alguma coisa, de não sermos bem tratados aqui porque somos estrangeiros”, sublinhou.

“Criaram uma linha de apoio de Portugal, à qual variadíssimas pessoas acederam e não tiveram informação ou resposta nenhuma por parte das autoridades. (...) Nós temos tido um acompanhamento e agradecemos por isso, um acompanhamento por parte do cônsul português de Jacarta, que nos tem fornecido algumas informações diariamente”, frisou, para esclarecer que o diplomata “tem sido incansável nesse aspeto, mas (...) o que ele tem feito, talvez porque não tenha grandes poderes, grandes meios para fazer melhor, (...) foi apenas fornecer-nos informações”.

Ou seja, “soluções não temos nenhuma até agora”, resumiu.

“Já não sabemos de nada, estamos realmente aflitos”, concluiu Emanuel Mosca.

Nas Filipinas há a registar 142 casos e 12 mortos devido ao surto de Covid-19. O país adotou desde domingo e durante um mês uma série de medidas restritivas, em especial de entrada e saída na capital, Manila, com várias companhias aéreas a cancelarem os voos.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se no centro da pandemia, com quase 60 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos.

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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