Polícia deteve cinco suspeitos de tráfico humano no centro de Moçambique
A Polícia moçambicana deteve cinco pessoas indiciadas por crimes de tráfico humano, disse hoje à Lusa o porta-voz da corporação na província de Manica.
As vítimas eram dois menores, um dos quais albino, e parte dos cinco suspeitos são os pais das crianças, além de dois intermediários, avançou Mateus Mindu, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) naquela província.
No primeiro caso, uma mulher, de 31 anos, foi detida na segunda-feira, quando aguardava por um “comprador”, com quem tinha negociado a venda do seu primogénito, de 13 anos, por um preço de dois milhões de meticais (27 mil euros).
A mulher levou o filho primogénito de Chimoio, onde vivia junto com outros dois irmãos, para Messica, a cerca de 40 quilómetros da capital de Manica, para supostamente o vender a um empresário zimbabueano, com fortes ligações comerciais em Moçambique.
No segundo caso, na sexta-feira, um casal foi detetado e detido por agentes da PRM e do Serviço de Investigação Criminal (Sernic) a “fechar” o negócio da venda de seu filho albino, de oito meses, por um milhão de meticais (13 mil euros).
O casal tem dois filhos albinos e um deles seria vendido na zona de Macadeira (Vanduzi) - para onde o casal se tinha deslocado para fechar o negócio, que, segundo as autoridades, envolvia também um comprador zimbabueano.
O casal foi detido juntamente com dois intermediários.
“As fontes dos compradores fizeram contactos a partir de Manica e marcaram os encontros, onde foram detidos em flagrante” disse Mateus Mindu.
O porta-voz do comando provincial da polícia alertou para o facto de, nos dois casos, os indiciados serem país das vítimas, apelando para a vigilância e o envolvimento das comunidades na denúncia deste tipo de crime.
“Nós apelamos à população para que não paute por este crime para sobrevivência”, frisou Mateus Mindu, adiantando que já foram abertos processos-crime para a responsabilização dos detidos.
Com estes dois casos registados pela polícia, o número de casos de tentativa de tráfico humano desde janeiro na província de Manica sobe para cinco.
“Várias linhas operativas continuam no terreno para deter a rede de traficantes e responsabilizar os mandantes”, cujos rastos estão a ser seguidos pela polícia moçambicana e zimbabueana, concluiu o porta-voz da PRM.