Ex-governador de Najaf convidado a formar o novo governo do Iraque
O Presidente iraquiano, Barham Saleh, anunciou hoje que pediu ao ex-governador da cidade de Najaf, Adnane Zorfi, para formar governo para fazer face à crise política interna agravada pela queda do preço do petróleo.
Zorfi, antigo membro do partido Daawa, oposição xiita ao ex-ditador Saddam Hussein, tem 30 dias para formar um governo que vai ter de ser aprovado pelo Parlamento antes do debate orçamental que se prevê altamente deficitário.
Atualmente, Zorfi é membro do Parlamento e integra a lista do ex-primeiro-ministro Haider al-Abadi, que foi fortemente criticado pelos atos de violência contra as manifestações antigovernamentais que eclodiram no mês de outubro de 2019.
Entretanto, no início do ano, o independente Mohammed Allawi demitiu-se por não ter alcançado a confiança parlamentar.
Antigo governador da cidade santa (xiita) de Najaf, o nome de Zorfi vai ser submetido ao voto do Parlamento mas caso venha a ser aprovado, como é previsto, vai herdar um orçamento muito limitado e uma situação interna marcada pela presença das forças militares estrangeiras [em que se incluem formadores militares portugueses] lideradas pelos Estados Unidos e pela influência cada vez maior do Irão.
Recentemente, o Parlamento, de maioria xiita, apelou à expulsão das tropas estrangeiras que se encontram no país desde 2014 no quadro do combate contra o grupo extremista Estado Islâmico.
Hoje, foram feitos dois disparos que atingiram a base iraquiana de Besmaya, no sul da capital iraquiana onde se encontram forças da coligação internacional.
Tratou-se do terceiro ataque do género em apenas uma semana.
“Os dois foguetes atingiram as posições das nossas forças de segurança na base de Besmaya”, refere uma comunicação do Gabinete de Informação e Segurança do governo do Iraque sem fornecer mais detalhes.
Na base de Besmaya, a sul da capital, encontram-se tropas portuguesas, espanholas, britânicas e norte-americanas da coligação internacional que luta contra o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico no Iraque.