Presidente do Conselho Médico da Madeira defende fecho dos aeroportos
O presidente do Conselho Médico da Madeira, da Ordem dos Médicos, Carlos Martins, considerou esta terça-feira que o primeiro caso confirmado de Covid-19 na Região, de uma turista holandesa, evidencia a necessidade do encerramento dos aeroportos.
“Neste momento o presidente do Governo Regional tem razão em fechar a Madeira. Não podem aterrar aviões, temos de estar isolados, mas ele já avisou isso há quatro ou cinco dias”, referiu à Lusa o otorrinolaringologista, sublinhando que os casos dos doentes que necessitam de tratamento no continente “estão salvaguardados”, porque o encerramento não abrange estas situações nem o transporte de carga.
Para Carlos Martins, “o caso de hoje vem confirmar o que o presidente tem vindo a dizer e a defender, mas o senhor Presidente da República e o senhor primeiro-ministro acham que não”.
O responsável apontou o exemplo de Macau, “onde eles fecharam tudo logo de princípio”, e realçou a necessidade de as pessoas ficarem em casa nesta luta de contenção da pandemia.
“Só sair para coisas inadiáveis, ir ao supermercado ou à farmácia, o resto deve ficar em casa”, alertou.
O responsável pelo Conselho Médico da Região Autónoma da Madeira disse que o arquipélago tem “à volta de 740 médicos” e que “todos estão disponíveis para trabalhar”.
“Isto é uma guerra contra o vírus e estamos todos na linha da frente contra o adversário”, afirmou.
Hoje, o Governo Regional da Madeira anunciou o primeiro caso de Covid-19 na região, indicando que se trata de uma cidadã holandesa que se encontrava de férias na ilha.
Há dias que o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, pede o fecho dos aeroportos da região (Madeira e Porto Santo), já que o espaço aéreo é uma responsabilidade da República.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infectou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.
Das pessoas infectadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais 67 mil infectados e pelo menos 2.684 mortos.
Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde elevou hoje número de casos confirmados de infecção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.