Peru regista 71 casos e avalia quarentena generalizada
O governo peruano elevou para 71 o número de casos de infeções com o novo coronavírus no país e anunciou que está a avaliar a ordem de quarentena generalizada para deter a propagação da doença no país.
O último relatório oficial das 13:10 (18:10 em Portugal) confirmou um grande aumento de casos em relação às 43 infeções relatadas no sábado e identificou que 58 casos estão na capital, Lima.
Antes de estes números serem conhecidos, o ministro da Agricultura, Jorge Montenegro, admitiu que o governo está a avaliar a possibilidade de ordenar uma quarentena generalizada.
“Está a ser avaliada, é uma medida entre várias que tomámos há vários dias. O importante é agir com responsabilidade e pedir ao público que se mantenha calmo”, disse aos meios de comunicação peruanos.
O presidente do Peru, Martin Vizcarra, informou que está “em reunião permanente com os ministros e autoridades dos três níveis de governo, a fim de avaliar as melhores decisões para enfrentar o novo coronavírus”.
“Estas medidas não contemplarão de forma alguma o encerramento de estabelecimentos comerciais de necessidades básicas, farmácias ou bancos, que serão permanentemente abastecidos e em funcionamento. É hora de mostrar responsabilidade e amor pelo nosso Peru”, disse, na sua conta oficial no Twitter.
O ministro da Agricultura disse, por sua vez, que se a quarentena geral for ordenada, os cidadãos terão de manter um mínimo de contacto, embora a maioria das famílias tenha de permanecer nas suas casas.
“Deixe a família ficar em casa, deixe uma pessoa ou no máximo duas, para a questão do fornecimento. A ideia é evitar o contacto físico com outras pessoas. Isso ajudaria esse foco infeccioso a espalhar-se”, enfatizou.
No sábado, o Presidente Vizcarra iniciou a campanha “#YoMeQuedoEnCasa”, (”eu fico em casa”) com a publicação de mensagens na sua conta pessoal no Twitter, na qual pediu aos seus compatriotas que evitassem participar em “eventos públicos.
A campanha começou algumas horas antes da proibição de voos de e para a Europa e Ásia, que começará já na segunda-feira, enquanto o secretário técnico da Comissão Multisetorial de Alto Nível responsável pelo coronavírus, Desilú León, disse que o encerramento das fronteiras também seria avaliado.
Pessoas provenientes de países “com antecedentes epidemiológicos”, como Itália, Espanha, França e China, devem passar por um período de isolamento doméstico de 14 dias, sem poder sair do quarto de hotel, caso em que serão detidas pela Polícia Nacional, informou o governo.
O governo também suspendeu aulas em escolas e universidades e iniciou uma campanha para vacinar dois milhões de adultos mais velhos contra a pneumonia.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.400 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ronda as 164 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.
O epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) deslocou-se da China para a Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou no domingo 368 novas mortes e que regista 1.809 vítimas fatais.
O número de infetados em Itália, onde foi decretada quarentena em todas as regiões, é de quase 25 mil, praticamente metade dos cerca de 52 mil casos confirmados na Europa, que regista mais de 2.291 mortos.
Além de China e Itália, os países mais afetados são Irão, com 724 mortos (113 novos), Espanha, com 288 (152 novos), e França, com 91 (11 novos).