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Alemanha continua a contornar elevada taxa de letalidade

É o terceiro país da Europa com mais infectados pela pandemia do Covid-19

Foto Shutterstock
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A Alemanha é o terceiro país com mais casos de Covid-19 da Europa, mas continua com uma baixa taxa de letalidade e o sistema de saúde de alta qualidade é apontado como um dos principais motivos.

Apesar de inicialmente não ter implementado medidas mais restritivas, como as impostas noutros países, só há poucos dias o país liderado por Angela Merkel registou uma taxa de letalidade de dois dígitos. A maioria dos Estados federados da Alemanha não regista nenhuma morte, mas o número de infetados já supera os 5.500.

Com um dos sistemas de saúde mais abrangentes do mundo, disponibilizando seguro a toda a população, a Alemanha é também um dos países com mais concentração de hospitais do mundo.

Outra das razões apontada pelos profissionais de saúde para estes valores é a segurança que a maior parte dos alemães sente em relação aos seus empregos.

Aos primeiros sintomas de doença, o trabalhador fica em casa sem arriscar a sua saúde ou a dos outros.

O primeiro caso do novo coronavírus na Alemanha foi registado na Baviera, no mês de janeiro, depois de um funcionário da empresa fornecedora de peças Webasto ter contactado com uma colega chinesa infetada.

Depois de um surto inicial de cerca de uma dezena de casos, apenas no final de fevereiro houve indicação de novos infetados no país, um casal de Heinsberg, no Estado da Renânia do Norte-Vestefália.

Christian Drosten, virologista da rede de hospitais Charité, acredita que a Alemanha soube responder rapidamente. Outro dos motivos é que o país “está na liderança no que diz respeito ao diagnóstico”.

Ao jornal ‘online’ Watson o especialista sublinhou que “os laboratórios estão tecnicamente bem equipados, as regras para a introdução de novos procedimentos de teste são muito flexíveis e as nossas seguradoras de saúde introduziram um código para esses testes já no mês de janeiro, o que significa que têm apoio financeiro”.

Apesar do elevado número de laboratórios espalhados pelo país, com milhares de testes a serem feitos cada dia, e das medidas tomadas recentemente, como o encerramento gradual de todas as escolas do país, e o fecho de fronteiras terrestres com vários países, os especialistas acreditam que o número de infetados e vítimas mortais cresça substancialmente no país.

Segundo as estatísticas, a Alemanha tem das populações mais envelhecidas da Europa com uma idade média de 46,8 anos.

Lothar Wieler, o presidente do Instituto Robert Koch, a agência federal alemã responsável pelo controlo de doenças, apelou à população para que faça tudo para “proteger os mais velhos”.

A Alemanha tem sido mais lenta a tomar medidas mais drásticas. Ainda assim, e apesar da quarentena ainda não ser obrigatória, as ruas de Berlim estão cada vez mais desertas.

Grande parte das empresas permite o teletrabalho, muito utilizado já antes da pandemia.

O país começou por cancelar a ITB, a maior feira de turismo do mundo, em Berlim, com uma participação esperada de mais de 160 mil pessoas e a partir daí foram vários os eventos cancelados num conjunto de medidas que, para muitos alemães, pecam por tardias.

Angela Merkel assegura que o país tem “das melhores condições do mundo para fazer face ao vírus”. As autoridades alemãs também acreditam terem aprendido com a situação na China e em Itália.

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