Ordem dos Biólogos cria bolsa de voluntários para ajudar laboratórios
Há unidades em dificuldades de funcionamento por ter profissionais em quarentena ou que estão em casa com filhos devido à pandemia de Covid-19
A Ordem dos Biólogos (OB) está a criar uma bolsa de voluntários para apoiar os laboratórios de diagnóstico com dificuldades de funcionamento por ter profissionais em quarentena ou que estão em casa com filhos devido ao surto de Covid-19.
Numa altura em que “muitas universidades, politécnicos, laboratórios de estado e centros de investigação se encontram encerrados ou a trabalhar em serviços mínimos, existem seguramente muitos colegas biólogos, bioquímicos e afins, a desempenhar funções técnicas ou de investigação, com vasta experiência em genética molecular (...), que estão mais disponíveis e podem dar um inestimável contributo para ajudar aqueles que mais precisam neste momento”, refere um comunicado publicado ‘site’ da ordem.
A OB adverte que o número de testes a realizar não para de aumentar e, segundo os dados disponíveis, prevê-se que “aumentará exponencialmente nas próximas semanas, podendo esgotar as capacidades dos laboratórios de diagnóstico em Portugal e verdadeiramente em todo o mundo”.
Segundo a ordem, existem três fatores limitantes principais para a realização de testes: recursos humanos, equipamento e reagentes (testes).
Para minorar as “situações de constrangimento dos recursos disponíveis”, a OB está a criar “uma bolsa de voluntários que se ofereçam para trabalhar graciosamente durante alguns dias neste período de maior exigência, com os colegas dos laboratórios de diagnóstico em todo o país que, ou porque têm funcionários em quarentena ou porque alguns dos funcionários têm que permanecer em casa para acompanhar filhos menores cujos infantários, creches ou escolas fecharam, se veem com dificuldades em manter o funcionamento dos seus serviços”, refere o comunicado assinado pelo bastonário, José Matos.
A ordem irá também contactar os diretores e presidentes das instituições para “disponibilizarem durante alguns meses a estes institutos que tanto necessitam, mais meios técnicos, como equipamento de RT-PCT (Real Time PCR) que não estejam a ser utilizado para trabalhos urgentes”, salienta.
José Matos realça que “um dos mais importantes passos neste período de crise” é testar as pessoas suspeitas de infeção, testando a presença ou ausência do novo coronavírus.
“Seja solidário. Ofereça o seu tempo, a sua capacidade e a sua experiência, para ajudar aqueles que incansavelmente trabalham para a segurança de todos nós”, apela no comunicado publicado no ‘site’ da Ordem dos Biólogos.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou no domingo o número de casos de infeção confirmados para 245, mais 76 do que os registados no sábado.
Entre os casos identificados, 149 estão internados, dos quais 18 em unidades de cuidados intensivos, e há duas pessoas recuperadas.