Milhares à janela em Espanha agradecem aos profissionais da saúde
Milhares de pessoas em toda a Espanha vieram hoje às janelas e varandas das suas casas para agradecer, com aplausos e gritos de “viva” e “bravo”, o trabalho dos profissionais de saúde que tratam os doentes com Covid-19.
Esta “homenagem” tinha sido convocada nas redes sociais ao longo do dia, através de mensagens a pedir aos cidadãos para se vestirem de “branco” com toalhas e lençóis e estarem nas janelas e varandas às 22:00 (21:00 em Lisboa) para “aplaudir os profissionais de saúde”.
Um dos apelos - semelhante aos feitos em Itália - pedia uma homenagem aos “corajosos” médicos e trabalhadores da saúde, que estão na “última trincheira e estão a dar o último suspiro” por toda a população.
O Governo espanhol aprovou hoje medidas “drásticas” para combater o novo coronavírus, que incluem a proibição a todas as pessoas de andar na rua, a não ser para irem trabalhar, comprar comida ou à farmácia.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, apresentou as medidas ao fim do dia, depois de uma reunião do Conselho de Ministros no quadro do estado de alerta decretado durante 15 dias no país, o segundo mais afetado na Europa pela pandemia, depois da Itália.
De acordo com a atualização feita hoje pelas autoridades sanitárias espanholas, há 5.753 pessoas infetadas pelo novo coronavírus, metade dos quais em Madrid, desde que o primeiro caso foi detetado no final de janeiro, o que representa mais 1.500 pessoas nas últimas 24 horas.
Sánchez indicou esta sexta-feira que o número de pessoas infetadas podia chegar a 10.000 nos próximos dias.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.700 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ultrapassou as 151 mil pessoas, com casos registados em 137 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 169 casos confirmados.
A Organização Mundial de Saúde declarou que o epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) se deslocou da China para a Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou hoje 175 novas mortes e que regista 1.441 vítimas fatais.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.