Suíça encerra escolas e oferece até 10 mil milhões de francos às empresas
A Suíça adoptou hoje medidas excepcionais face ao novo coronavírus e encerrou escolas, proibiu ajuntamentos de mais de 100 pessoas e prometeu uma ajuda de urgência económica até 10 mil milhões de francos suíços (9,5 mil milhões de euros).
“A situação é difícil mas possuímos os meios de a enfrentar no plano médico e financeiro”, garantiu a Presidente suíça, Simonetta Sommaruga, em conferência de imprensa.
O primeiro caso da Codiv-19 foi detectado no final de Fevereiro no cantão de Tessin, junto à fronteira com a Itália, o país mais atingido na Europa. Em menos de 20 das, mais de 1.125 pessoas foram contaminadas na Suíça pelo coronavírus e sete morreram.
A Suíça, que não é membro da União Europeia mas integra o espaço Schengen, decidiu hoje reintroduzir “com efeito imediato e caso a caso, controlos Schengen em todas as suas fronteiras”.
Em simultâneo, a entrada na Suíça a partir da Itália apenas será autorizada “aos cidadãos suíços, às pessoas que tenham autorização de residência na Suíça e às que viajem para a Suíça por motivos profissionais”.
O trânsito e transporte de mercadorias permanecem autorizados.
“Não existe motivo para ter medo, a situação é séria mas sabemos como responder da melhor forma”, indicou o ministro da Saúde, Alain Berset, em conferência de imprensa que decorreu em Berna, a capital federal.
“As medidas decididas esta manhã apenas serão eficazes se forem aplicadas por todos”, acrescentou.
Perante a rápida propagação do novo coronavírus, presente na quase totalidade dos 26 cantões do país, a Suíça adoptou medidas para favorecer o “distanciamento social”.
Neste âmbito, até ao final de Abril estão proibidas concentrações com mais de 100 pessoas. Esta regra é também válida para locais de lazer, museus, centros desportivos, piscinas e estâncias de esqui.
Os restaurantes, bares e discotecas não poderão acolher em simultâneo mais de 50 clientes.
As escolas também não poderão dar aulas directamente aos alunos até 4 de Abril, uma medida já aplicada em diversos países europeus. No entanto, o Governo pediu aos pais para não deixarem os seus filhos com os avós para evitar riscos aos mais idosos.
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detectado em Dezembro, na China, e já provocou mais de 5 mil mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar a doença como pandemia.
O número de infectados ultrapassou as 134 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados.
A China registou nas últimas 24 horas oito novos casos de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em Janeiro.
Até à meia-noite de quinta-feira (16 horas de quarta-feira, em Lisboa), o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu para 3.176, após terem sido contabilizadas mais sete vítimas fatais. No total, o país soma 80.813 infectados.
A Comissão Nacional de Saúde informou que até à data 64.111 pessoas receberam alta após terem superado a doença.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adoptado medidas excepcionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 15 mil infectados e pelo menos 1.016 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país