680 eventos cancelados ameaçam 2 mil empregos
A Associação dos Industriais da Construção Civil defendeu hoje “medidas extraordinárias” de apoio às empresas prestadoras de serviços para eventos, que atravessam um “momento excecionalmente grave” face à vaga de cancelamentos associada ao surto da Covid-19.
“O cancelamento de mais de 680 eventos coloca 2.000 postos diretos de trabalho em risco e ameaça uma atividade que fatura 300 milhões de euros/ano”, alerta a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) num comunicado emitido após uma reunião com empresas que se dedicam a atividades associadas à construção e montagem de ‘stands’ e à prestação de serviços no âmbito de exposições, feiras internacionais de negócios e outros eventos.
No encontro, sustenta, “ficou patente a necessidade de adoção de medidas extraordinárias e orientadas para este segmento empresarial, que está a enfrentar uma situação sem quaisquer precedentes”.
Entre as soluções defendidas -- e a propor num documento a apresentar ao Governo -- estão a “prorrogação das obrigações fiscais e contributivas” e o “ajustamento do regime de ‘lay-off’ (suspensão temporária do contrato de trabalho), de forma a assegurar os direitos dos trabalhadores e a preservar a tesouraria das empresas com uma contribuição total do Estado e abrangendo os subsídios de férias e Natal”.
Ainda reclamado é o “reconhecimento do caráter excecional e inédito da crise que estas empresas enfrentam”.
Isto porque, embora tenha sido feita na reunião uma “avaliação geral positiva” das medidas de apoio às empresas já anunciadas pelo Governo - designadamente a linha de crédito Covid-19, a simplificação do processo de ‘lay-off’ e a prorrogação do prazo de cumprimento de algumas obrigações fiscais -- os participantes defenderam a “necessidade urgente de criar soluções específicas e ajustadas a uma realidade que é inédita”.
“Após o cancelamento de mais de 680 feiras e exposições em todo o mundo, das quais 368 na Europa, estas são empresas que, de um momento para o outro, viram toda a sua faturação praticamente eliminada e necessitam de uma intervenção imediata no sentido de salvaguardar, desde já, a sua tesouraria e, simultaneamente, assegurar-lhes condições de sustentabilidade para retomarem a sua atividade quando a situação regressar à normalidade”, sustenta.
Segundo a AICCOPN, esta atividade representa um volume anual de negócios “que se estima em cerca de 300 milhões de euros, dos quais 70% constituem exportações de bens e serviços e representam 2.000 postos de trabalho diretos”.
“A salvaguarda deste tecido empresarial é um imperativo económico e social que não pode ficar sem uma resposta vigorosa e imediata”, adverte.
No comunicado hoje divulgado, a associação solicita ainda a todas as empresas que desenvolvem este tipo de atividade que lhe “reportem os problemas com que se confrontam, no sentido de aferir, em concreto, os diferentes impactos desta pandemia e orientar a sua atuação junto das entidades competentes”.