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Médicos protestam contra falta de condições em hospital pediátrico na Venezuela

Foto EPA
Foto EPA

Dezenas de médicos, enfermeiros e familiares de pacientes protestaram hoje contra a falta de condições do Hospital José Manuel de Los Rios, vocacionado para a pediatria em Caracas.

“O pessoal médico parece um robot (...) Somos poucos, não há luvas e não há batas. Ganhamos o salário mínimo (4,80 euros com subsídios incluídos) e trabalhamos por vocação porque é o nosso trabalho e não queremos deixar o país”, disse uma enfermeira aos jornalistas.

Maria Pérez Contreras explicou que o hospital está sem serviço elétrico estável, faltam alimentação adequada, água, máscaras e o pessoal medico e enfermeiros temem que os serviços de terapia intensiva e cardiologia sejam encerrados em breve.

Segundo Huniades Urbina, médico, ex-diretor do hospital, há quatro anos que aguardam por equipamento de raios X.

O protesto realizou-se defronte do hospital e teve também a participação de professores, em resposta a um apelo de protesto feito na terça-feira pelo líder opositor Juan Guaidó.

Dezenas de efetivos da Polícia Nacional Bolivariana, alguns deles em motocicletas e outros com equipamento antimotim, estiveram no local, superando por momentos o número de manifestantes.

A imprensa Venezuela dá conta que durante o protesto, chegou um camião com caixas que teriam medicamentos e suprimentos médicos que deram entrada no hospital, mas que os trabalhadores dizem ser apenas para dar projetar uma imagem de normalidade e que não chegam aos pacientes.

Entretanto, a oposição venezuelana alterou hoje a forma de convocação de protestos contra o regime do Presidente Nicolas Maduro.

A população passa a ter que contactar um coordenador em cada área, de quem receberá instruções sobre como, quando e onde protestar, uma medida que visa “blindar as comunicações”.

Por outro lado, o coordenador local e a população deverão pressionar a imprensa e os seus trabalhadores para dar cobertura aos protestos.

Para sábado, 14 de março, a oposição convocou um protesto nacional, em urbanizações e bairros, mas cujos pormenores são ainda desconhecidos.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente da Assembleia Nacional, e líder da oposição ao regime, Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino até conseguir afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e promover eleições livres no país.

Mais de 50 países apoiam o autoproclamado Presidente Interino da Venezuela, entre eles Portugal, uma decisão tomada no âmbito da União Europeia.

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