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COVID-19: A saúde de todos

Para todos e cada um de nós, cada um dos nossos, a melhor sorte e a maior saúde

Durante os últimos 5 anos, desde Fevereiro de 2015, escrevi todos os meses, sem excepção, neste Diário. Não sinto que seja pouco: é já 1/6 da minha vida e quase metade da vida adulta. Já aqui assinei como estudante, médico e, finalmente, político. Em nenhuma das vezes senti tanto o peso da urgência de transmitir com total clareza um pensamento de sentido único: o futuro, a vida, a saúde de todos nós está mãos de cada um - e não é alarmismo, é realidade.

A Organização Mundial de Saúde declarou situação de Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional em Janeiro, devido a uma infecção viral provocada pelo COVID-19, inicialmente Novo Coronavírus, que começou na China, alastrou pelo mundo, chegou à Europa e atingiu Portugal - e agora que chegou, todos, sem excepção, temos um papel a cumprir:

Como pais, filhos, e netos, o de adoptarmos comportamentos de higiene simples, mas rigorosos, que diminuam a probabilidade de contágio, sobretudo aos mais fragilizados - os doentes e os idosos;

Como cidadãos, o de garantirmos que cumprimos todas as recomendações emitidas pelas Autoridades de Saúde nacionais, regionais e locais, a começar pelo vigiar de sintomas como febre, tosse, ou falta de ar, que são prova quanto baste da importância de contactar a Linha SRS 24 - 800 24 24 20;

Como funcionários, o de comunicarmos qualquer alteração do estado de saúde ao nosso empregador e o de adoptarmos estratégias de trabalho que diminuam os contactos sociais ao estritamente necessário;

Como empregadores, o de garantirmos todas as respostas institucionais necessárias perante possíveis casos e o de prepararmos alternativas de funcionamento que assegurem os serviços fundamentais para as comunidades que servimos;

Como turistas, o de avaliarmos com rigor as condições de saúde global nos destinos para onde partimos;

Como viajantes, o de assegurarmos que, quando regressamos, mantemos a vigilância necessária à nossa própria saúde e cumprimos os procedimentos que forem definidos para cada caso;

Como jornalistas, o de informarmos com absoluto rigor factual, técnico e científico;

Como leitores, o de evitarmos a desinformação proporcionada por fontes não fidedignas;

Como possíveis casos suspeitos, o de adoptarmos escrupulosamente os comportamentos que as Autoridades de Saúde definirem;

Como profissionais de saúde, o de estarmos totalmente disponíveis para servirmos em condições que podem vir a ser particularmente difíceis;

Como decisores políticos, o de ponderarmos todas as opções, em todos os cenários, para garantirmos a capacidade de resposta dos serviços públicos, sobretudo os de Saúde, que jurámos defender;

E como políticos na oposição, o de interpretarmos, em cada momento, o alcance e o contributo, bom ou mau, das nossas afirmações.

Neste momento, interessa pouco se fizemos as opções certas ou erradas até aqui; se quem nos governa se chama António Costa ou Miguel Albuquerque, Marta Temido ou Pedro Ramos; se quem nos orienta se chama Graça Freitas ou Herberto Jesus; ou se quem aqui vos escreve assina como Rafaela Fernandes, ou João Pedro Vieira. De todos, sejam eles quem forem e estejam onde estiverem, esperamos agora o absolutamente necessário num período de gestão de crise como aquele que globalmente enfrentamos: assertividade na acção política, rigor no aconselhamento técnico, clareza na comunicação. De cada um, o essencial: empenho máximo. Para todos e cada um de nós, cada um dos nossos, a melhor sorte e a maior saúde.

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