Governo já recebeu mais de 100 pedidos para reforço de meios
O Governo já recebeu mais de uma centena de pedidos para contratação de profissionais de saúde para reforçar as equipas nos hospitais desde o início do surto do novo coronavírus, anunciou o secretário de Estado da Saúde.
António Sales, que falava na comissão parlamentar de saúde, revelou que a tutela tinha recebido até hoje pedidos para 20 médicos no Centro Hospitalar Lisboa Central, 89 trabalhadores no S. João (Porto) e para 14 enfermeiros e 10 assistentes operacionais no Litoral Alentejano.
O governante falou de uma “articulação em cascata” no plano de contenção da doença Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, que até terça-feira à noite tinha infectado 41 pessoas em Portugal.
“Este é um processo flexível e dinâmico”, disse António Sales, revelando que tinha acabado de receber outros pedidos relativamente ao Alentejo e que o processo está “em permanente actualização”.
Sobre a disponibilidade de meios em unidades de cuidados intensivos, António Sales apontou a existência de 968 vagas em Cuidados Intensivos e 593 em Cuidados Intermédios e garantiu que “Portugal está muito bem colocado” a este nível.
Falou ainda de 2.000 camas para isolamento profilático, que serão “expansíveis de acordo com a evolução do próprio surto”.
Na mesma audição, em que estão os dois secretários de Estado e a ministra da Saúde, Marta Temido, a secretária de Estado Jamila Madeira pediu às pessoas que centrem os pedidos de informação por escrito e consultem o microsite da Direcção-Geral da Saúde sobre a Covid-19, reservando o atendimento na Linha SNS24 para a triagem efectiva de casos.
Respondendo a perguntas dos deputados sobre a escassez de equipamentos de protecção, a ministra da Saúde disse que a tutela está a comprar todas as quantidades existentes no mercado, “inclusivamente considerando situações de pagamento antes de entrega”.
Marta Temido sublinhou a importância da existência de dispositivos para higienização em espaços públicos.
Sobre a decisão de algumas universidades relativamente à suspensão de aulas, a ministra afirmou: “Prezamos a autonomia das instituições, mas apelamos a que todas as entidades possam articular [as posições] com a autoridade de saúde nacional”.
Questionada sobre os dados mais atuais de casos confirmados em Portugal, Marta Temido confirmou a existência de mais casos positivos mas escusou-se a avançar números, dizendo que a opção foi actualizar a informação a cada 24 horas apenas com o boletim informativo emitido pela DGS ao final da manhã, mas lembrou que há um conjunto de atitudes de vigilância permanente para actualizar medidas face ao evoluir do surto e que o país se aproxima de “uma nova fase” no combate ao Covid-19.