Cancelamento de eventos faz mossa nos produtores
DJ Sil pede apoio para artistas e alerta: “Não podemos deixar afundar as artes e a cultura e o entretenimento”
“Num espaço de 24 horas tive mais cancelamentos de festas e eventos do que casos de corona”, revelou Sílvio Freitas, chamando a atenção para o efeito que estas decisões têm na vida de algumas pessoas. O DJ e produtor deixa claro que respeita a decisão, que “com a saúde não se brinca”, mas recorda que afecta “e muito” as pequenas e médias empresas que como a sua dependem da área do entretenimento para sobreviver.
“O Governo já criou medidas excepcionais de lay-off beneficiando as empresas, já assumiu uma linha de financiamento para as empresas, sobre os precários (recibos verdes) e os artistas (também precários) nem uma palavra”, lamenta o produtor. Sil, como também é conhecido no meio, foi um dos profissionais afectados pelas estratégias de combate ao coronavírus. Por cada espectáculo cancelado, recorda, “há gente que não trabalha e portanto não ganha o dinheiro essencial para viver”. O madeirense sai em defesa de produtores, artistas, freelancers, técnicos, programadores, curadores e agentes culturais que terão de nos próximos três meses tentar sobreviver a esta onde reactiva ao Covid-19, vão, diz, tentar pelo menos manter a cabeça fora de água.
Num texto de alerta, recorda que a maior parte dos eventos são gratuitos na Madeira e que são poucas as empresas com capacidade para suportar cancelamentos de artistas. “Não podemos deixar afundar as artes e a cultura e o entretenimento durante dois meses e ir buscar debaixo de água daqui a dois, três, quatro meses e tentar reanimar, simplesmente não resulta!”. E continua: “Muitos centros de decisão têm ordenados garantidos no final do mês, ao contrário da precariedade dos agentes culturais, artistas, DJ, curadores, produtores de eventos, músicos, etc.! Pensem a médio e longo prazo! Sem pânicos, mas há que agir!”