Problemas no Bairro Social da Encosta dos Socorridos
Caros leitores, Escrevo esta carta de forma a denunciar várias situações que acontecem há sensivelmente 4 anos com os habitantes do bairro social da Encosta dos Socorridos, situado no sítio do Covão, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos. Neste bairro, é evidente a falta de interesse por parte da Câmara Municipal de Câmara de Lobos pelas condições dos Blocos Habitacionais que não fazem parte do Instituto de Habitação da Madeira, encontrando-se num estado de elevada degradação. Foi proposto à Câmara Municipal uma divisão das despesas de recuperação dos blocos comprados, mas a proposta foi rejeitada. Para além disto, a morfologia dos prédios em si é um pouco perigosa para todos os moradores, se não existir manutenção permanente, por parte da Câmara Municipal, das estruturas que sustentam os prédios, pois estes situam-se no cimo de uma encosta, sustentados por pilares que aparentam ser de cimento reforçado (não sou expert em construção civil, peço desculpa). O que acontece é que o espaço onde se encontram estes tais pilares tornou-se literalmente numa lixeira ao ar livre, onde os moradores (principalmente os que vivem em blocos alugados pelo IHM) se deslocam até lá e despejam todo o tipo de lixo, desde eletrodomésticos, móveis e materiais de construção, aparecendo ratos, mosquitos, ervas e cheiros desagradáveis que trazem ainda mais animais rastejantes para perto dos blocos que ficam acima desta lixeira. Além da existência deste aterro ao ar livre, alguns moradores pertencentes aos blocos alugados pelo IHM criaram uma estrutura de ferro e zinco junto aos pilares para prenderem cães de uma forma desumana, fazerem festas com música bastante alta pela noite dentro e, algo que me preocupa imenso, cultivo de plantas que produzem substâncias ilícitas. Como mãe, inquieta-me ter um dos meus filhos pequenos contar-me que, ao sair de casa, foi parado por polícias a fazerem uma rusga aos prédios e apontarem-lhe armas de fogo, não sendo o ambiente mais propício de criar uma criança. Tudo isto leva à degradação dos pilares e aumenta o perigo iminente de cairmos todos para dentro da Ribeira dos Socorridos e, apesar dos contactos feitos com a Câmara Municipal, ninguém se mostra interessado neste problema. Outra situação que ninguém mostra interesse são os estacionamentos disponibilizados para os MORADORES DOS PRÉDIOS, pois os familiares dos moradores deixam os carros nos estacionamentos durante meses a fio sem circularem com os mesmos e os próprios moradores, para além de já possuírem 2 e 3 carros, ainda estacionam os carros de serviço das empresas em que trabalham (e quando falo em carros de serviço, não são carros pequenos, são carrinhas de transporte de mercadorias capazes de ocupar 2 lugares só com a sua largura). Com estas situações, tiram o lugar de alguém que vive nos prédios e que precise de estacionar em segurança o seu carro e não no meio da rua, impedindo a livre circulação do trânsito. Esta situação encontra-se num extremo tal que já estacionam motas em locais destinados para carros só para guardar um lugar e também já se verificou altercações entre moradores. Para terminar, também denuncio as más práticas da ARM na distribuição de água para o bairro. Eu vivo no fim da rua e, em hora de ponta, somente tenho um fio de água e tenho de utilizá-lo para cozinhar e tomar banho pois pago a minha fatura da água (com um preço absurdo, diga-se de passagem) todos os meses para isso. Os moradores juntaram-se diversas vezes e fizeram queixas escritas à ARM, acabando esta por enviar alguns técnicos para furar o chão e verificar a canalização, mas, sem efeito, pois continuamos sem água nenhuma. Todos estes problemas no bairro fazem-me pensar que as instituições públicas da RAM nos acham cidadãos de segunda categoria, apesar de pagarmos as nossas contas e impostos, algo que me desmotiva e deixa-me sem esperança para com as autoridades e a sua capacidade de atuar nestes momentos.