Jovens “nem nem” aumentam para 267 milhões e são um quinto do total mundial
O número de jovens que não trabalham, não estudam nem frequentam formação, os “nem nem”, aumentou em 2019 para 267 milhões, representando cerca de um quinto do total de jovens no mundo, segundo um relatório da OIT.
Segundo o relatório “Tendências mundiais do emprego jovem 2020” da Organização Mundial do Trabalho (OIT), existem no mundo 1.300 milhões de jovens (entre os 15 e os 24 anos), dos quais 267 milhões são NEET (acrónimo em inglês para designar jovens que não estudam, não trabalham nem frequentam formação).
Do total de jovens “nem nem”, dois terços, ou seja, 181 milhões, são mulheres, sendo que as raparigas têm mais do dobro da probabilidade de serem jovens NEET, segundo a OIT.
De acordo com a organização internacional, desde 2017 que existe uma tendência de crescimento de jovens que não estudam não trabalham nem frequentam formação e que deverá continuar a aumentar, alcançando 273 milhões em 2021.
A taxa de jovens NEET passou de 21,7% em 2015 para 22,4% em 2020, um ritmo que sinaliza que a meta de redução não será alcançada, sublinha a OIT.
“Não estão a ser criados suficientes postos de trabalho para estes jovens [...] Não podemos desaproveitar esse talento nem o investimento no ensino se queremos fazer face aos desafios que nos colocam a tecnologia, as alterações climáticas, as desigualdades” e a demografia, afirma, em comunicado, Sukti Dasgupta, diretora do serviço de políticas de emprego e de mercado de trabalho do departamento de política de emprego da OIT.
Segundo a organização, os jovens que concluem estudos de nível superior correm menos riscos de verem o seu posto de trabalho substituído pelo efeito da automatização.
Contudo, enfrentam outros desafios, visto que o rápido aumento do número de jovens com estudos superiores na população ativa é superior à procura deste tipo de mão-de-obra, o que faz baixar os salários dos jovens com formação superior.
A taxa mundial de desemprego juvenil é de 13,6%, variando de forma considerável entre regiões, e os jovens têm três vezes mais probabilidades de estarem desempregados do que os adultos (com 25 anos ou mais).
Mesmo entre os 429 milhões de jovens que têm emprego em todo o mundo, cerca de 55 milhões (13%) vivem em condições de extrema pobreza, enquanto 71 milhões (17%) estão em situação de pobreza moderada.