Madeira reforça cuidados de saúde mental com contratação de mais dois psiquiatras
O Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram) vai contratar este ano mais dois psiquiatras, aumentando o número de especialistas de cinco para sete no sector público, revelou hoje o secretário regional da Saúde e Protecção Civil.
“Até ao final do ano poderemos ter mais dois psiquiatras, que irão ser contratados, porque acabam a especialidade este ano e querem vir para a Região Autónoma da Madeira”, disse Pedro Ramos, em audição parlamentar na Comissão de Saúde e Assuntos Sociais.
O governante foi ouvido no âmbito de um requerimento apresentado pelo PS, o maior partido da oposição madeirense, com 19 deputados no parlamento, sobre o ponto de situação dos cuidados de saúde mental no arquipélago e perspectivas sobre a estratégia regional para esta área.
“Neste momento temos cinco psiquiatras e 62 psicólogos afetos aos cuidados primários”, indicou o secretário, referindo que o Sesaram dispõe também de 28 assistentes sociais e 76 enfermeiros com formação em saúde mental, estando previsto um reforço da equipa com a entrada de 22 novos profissionais nos próximos dois anos.
Pedro Ramos sublinhou, por outro lado, que o investimento do Governo Regional na área da saúde mental, na última legislatura (2015-2019), foi de 60 milhões de euros, sobretudo através de contratos-programa com instituições.
“É um investimento que tem sido feito de uma forma gradual, com segurança e com qualidade”, disse.
O governante referiu, também, que o Serviço de Saúde da Madeira acompanha as percentagens nacionais ao nível da saúde mental, registando cerca de 22% de utentes com perturbações mentais e 10% com depressão.
Pedro Ramos esclareceu ainda que a Madeira tem a mais baixa taxa de suicídio do país e é uma das regiões onde há menor consumo de álcool, embora tenha ocorrido um aumento de internamentos nos últimos anos por ingestão de substâncias que provocam toxicodependência.
“Se me perguntar que medidas é que deviam ser implementadas, eu acho que deviam ser implementadas as medidas dos Estados Unidos. Devia haver uma pulseira que indicasse se a pessoa tem idade ou não para consumir álcool”, defendeu.
O secretário regional disse que, de resto, esta estratégia já está a ser replicada pelo Instituto de Administração da Saúde do arquipélago (IASAÚDE) ao nível dos grandes eventos que se realizam no verão.