A PSP tem novo homem no leme
A Polícia de Segurança Pública tem novo Diretor Nacional (DN/PSP). Manuel Augusto Magina da Silva, Superintendente chefe, vai estar ao leme da principal Força de Segurança em Portugal nos próximos anos.
Antes de começar, gostaria de deixar uma palavra de apreço, ao seu antecessor, o Superintendente chefe - Luís Manuel Peça Farinha, que estava no cargo desde de 2013, e cujo mandato já tinha terminado em novembro de 2019, foi o único oficial e diretor nacional a cumprir dois mandatos consecutivos, desde da génese da PSP em 1867.
Ao recém-empossado DN/PSP, a ASPP - Madeira, dirige-lhe as maiores felicitações e que o sucesso dos seus mandatos seja o sucesso de todos os profissionais da PSP.
No ato cerimonioso no dia 3 de fevereiro, pautou o seu discurso por um tom otimista e de confiança. Defendeu, nomeadamente, os deveres da corporação e dos seus profissionais em relação a sua missão, com valores éticos da PSP.
Além disso, exorta e manifesta que, como diretor nacional, dá aos seus “discípulos” sejam eles agentes, chefes ou oficiais, o seu exemplo de carácter e de profissional consciencioso, preparando-os moral e tecnicamente, para o desempenho de sua missão civil, social e policial.
De tudo isto, emerge, parece-me, um padrão para aquilo que é hoje designado como “eixos estratégicos para a PSP”, cuja denominação confere, não só uma maior qualificação dos homens e mulheres que servem a instituição, como também uma maior responsabilidade e comprometimento para com o sistema de segurança pública e a sociedade portuguesa.
Combinadas desta forma, estas explicações podem levar-nos a pensar que, o novo diretor vai mesmo “defender os bons polícias e os polícias que, muitas vezes, são injustamente atacados na praça pública quando apenas cumpriram as suas funções e os regulamentos que estão em vigor”.
Visto desta forma, fica fácil de perceber que, quando foi questionado pelos órgãos de comunicação social, sobre a atuação policial no caso da detenção na Amadora da cidadã Cláudia Simões que acusa o profissional da PSP de a ter agredido brutalmente, no dia 19 de Janeiro, o diretor nacional afirmou publicamente que aquilo que viu no vídeo foi “ um polícia a cumprir as suas obrigações e as normas que estão em vigor na PSP”.
Dessa forma o diretor concita aos profissionais a continuarem exercendo suas funções com perseverança, rusticidade, técnica e afinco, enaltecendo a PSP.
Parece que finalmente se ganhou coragem e que o diretor vai mesmo avançar, com o seu documento estratégico para a PSP. Mas, este acontecimento recente na Amadora, envolveu importantes órgãos públicos e resultou algumas observações reveladoras. Ela ajuda a formar um juízo sobre o seu desempenho e do sistema político do Ministério da Administração Interna (MAI).
Neste caso, senhor diretor os comentários não foram abonatórios. E, se deles retirássemos todas as suas consequências lógicas, inevitavelmente nos levaria a concluir que era preciso repensar o funcionamento do sistema de segurança em Portugal. E não podemos de deixar de olhar para este caso como resultado de algum tipo de mal-estar nos corredores da PSP.
Por cá, felizmente que ainda vamos tendo motivos para não deixar morrer a esperança. Foi pelo menos isso que pensei quando esta nova direcção tomou posse e quando o diretor foi confrontado com as últimas notícias no âmbito das intervenções policiais. Parece que finalmente se ganhou coragem e que vai mesmo avançar, com a sua estratégia, de forma tão evidente, que não haverá nem vai prevalecer ideologias, guerras de ideias, individualismos, independentemente de convicções políticas, religiosas, ou qualquer outra.
Parece até que finalmente vamos reforçar a imagem institucional da PSP e que a intervenção policial legal será reforçada! Isto visto assim de repente parece uma miragem... Fala-se mesmo de dar à PSP um novo rumo, motivando e dando melhores condições de trabalho aos seus profissionais.
Espero que este seja apenas o começo da reforma que se impõe na PSP, assegurando-lhe o progresso e honrando-lhe as tradições, e que quem decidiu finalmente agitar a máquina, não se deixe ficar pelo caminho.