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O insustentável peso da estupidez

O Covid-19 (C19) é responsável pela epidemia que ameaça tornar-se pandemia, com milhares de mortes na China onde teve inicio, e também com centenas de vítimas mortais noutras partes do mundo inclusive na Europa. Cientistas suspeitam que a sua transmissão aos humanos se fez através do consumo ilegal da carne e do uso das escamas na medicina tradicional chinesa do Pangolim um animal selvagem em vias de extinção cuja caça está interdita, mas que apesar disso é um dos mais traficados clandestinamente a nível mundial. A confirmar-se a suspeita dos cientistas, a transmissão do C19 para os humanos será o resultado de mais um crime ambiental contra um animal em vias de extinção cuja preservação deveria merecer o empenhamento de todos. As consequências estão a ter impacto negativo não só ao nível da saúde humana, o que não seria pouco, mas igualmente nos setores produtivos e para a economia mundial. É uma das contradições das atuais políticas económicas focadas exclusivamente no lucro e descurando os impactos ambientais, sendo exemplo o uso do “bunker oil” nos navios um combustível muitíssimo barato e do mais poluente que há. A declaração de emergência climática do Planeta feita pelos cientistas e as medidas propostas para evitar catástrofes cada vez mais destrutivas devido às alterações climáticas serviram para os responsáveis políticos e governamentais fazerem uns floreados de boas intenções à espera que tudo caia no esquecimento a menos que Greta Thunberg os provoque de novo. O insustentável peso da estupidez talvez não nos permita alterar o atual paradigma da economia baseado no lucro fruto do consumismo excessivo, desperdício e custos de produção artificialmente baixos (mão de obra escrava, transportes marítimos que utilizam o mais poluente dos combustíveis fósseis, exploração excessiva dos recursos naturais), ainda que daí advenham consequências ambientais fatais para nossa saúde, a própria economia, e a nossa sobrevivência no Planeta.

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