CTT responsabilizam SATA e TAP por dificuldades na prestação de serviço nos Açores
O presidente executivo dos CTT, João Bento, declarou hoje que as queixas relativas ao serviço prestado nos Açores passam por, entre outras questões, “dificuldades” no transporte de carga da SATA e da TAP entre o continente e a região.
“Temos, de facto, preocupações relacionadas com a qualidade de serviço nos Açores, que estamos a endereçar, passando algumas destas questões por uma dificuldade que há nos ‘slots’ de carga das duas transportadoras principais que fazem o trajeto entre o continente e os Açores, a TAP e a SATA, e no inter-ilhas, em particular a SATA”, afirmou João Bento.
O presidente executivo dos CTT -- Correios de Portugal falava aos jornalistas no final de uma audiência concedida pelo presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, na sua residência oficial, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
O administrador adiantou que se está a tentar ultrapassar este problema “por outras vias” e “em diálogo” com as operadoras aéreas.
Em 2019, referiu, registou-se “um quinto de carga a menos do que a que se contratou” com as transportadoras.
João Bento manifestou o interesse dos CTT em “acompanhar os novos desenvolvimentos que a própria SATA, em processo de relançamento, possa trazer”, ressalvando que “vai ser reforçada a oferta inter-ilhas com uma nova rota”.
A empresa está agora a “reforçar a organização no continente e nos Açores para se conviver com as insuficiências”.
O responsável considerou que a presença da empresa nos Açores “parece adequada” e “corresponde bem à forma como a população está distribuída”, sendo o número de habitantes por ponto de presença nos Açores de cerca de 4.100 pessoas, o que é “significativamente inferior à média nacional”.
O presidente dos CTT recordou que foi desenvolvido há cerca de um ano um ‘marketplace’ (plataforma) de comércio eletrónico que “está muito povoado por empresas portuguesas”.
No âmbito deste projeto a empresa fornece a possibilidade de o tecido empresarial digitalizar os seus catálogos e vender ‘online’, processando a logística e os pagamentos, a par de entregas e devoluções.
“Essa é uma das ideias que se trouxe aos Açores, que vai ser apresentada dentro de pouco tempo, publicamente. Pretendeu-se, no fundo, vir partilhar a capacidade de acelerar a digitalização, em particular a presença no mundo eletrónico das empresas dos Açores”, concluiu.