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Portugueses em São Tomé e Príncipe ameaçam ocupar embaixada por causa de atrasos nas pensões

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Mais de 30 pensionistas portugueses residentes em São Tomé e Príncipe queixam-se de atrasos no pagamento das pensões desde outubro e ameaçam ocupar a embaixada se não receberem os pagamentos nos próximos dias.

Em declarações à agência Lusa, um grupo de pensionistas queixou-se dos atrasos e da falta de respostas da Segurança Social.

Carlos Nazaré, 71 anos, disse à Lusa que os pensionistas em São Tomé e Príncipe não receberam as prestações dos meses de outubro, dezembro, janeiro e fevereiro, adiantando que já enviou “mais de 40 emails” para Lisboa a pedir explicações.

“Estou cansado de fazer emails para a Segurança Social, estou cansado de pedir a segurança social para fazer o pagamento das pensões em atraso, através de transferência bancária, por ser um meio mais rápido, seguro e menos dispendioso”, disse o porta-voz do grupo Carlos Nazaré, ouvido pela Lusa juntamente com Justiniano Dias Silva, 87 anos, Ilídio Cruz Afonso Rita, 63 anos e Timóteo Ramos Aurora, 60 anos.

Sem respostas, Carlos Nazaré disse também já ter feito uma reclamação junto a embaixada portuguesa na capital são-tomense.

“Entendo que a embaixada é um elo de ligação entre Portugal e os portugueses”, disse, referindo ter pedido também há vários dias encontro com o embaixador, sem que tenha obtido qualquer resposta até ao momento.

A residir há 22 anos em São Tomé e Príncipe, onde afirma sempre ter recebido a pensão, Carlos Nazaré diz estar a passar necessidades.

“Já não estamos a sobreviver, estamos a vegetar. Cada um vai vivendo de alguém que dá um bocadinho de apoio, mas na verdade estamos no limite daquilo que é possível. Isso é chocante, choca-me como português e choca-me por saber que 33 pensionistas estão a passar situações bem sérias, mas bem sérias”, lamentou.

Por isso, Carlos Nazaré, assegura que a disposição dos pensionistas é entregarem-se a Portugal para que cuide deles.

“E como Portugal é aqui perto, é na embaixada, é para lá que vamos” disse.

“Não podemos continuar nesta situação e isto poderá acabar mal porque começamos a suportar demais e há um ponto em que chegamos a rotura total”, acrescentou.

Contactada pela agência Lusa, fonte do Instituto da Segurança Social confirmou a existência de 34 pensionistas portugueses em São Tomé e Príncipe, reconhecendo “constrangimentos” no pagamento das pensões desde outubro, que relaciona com a distribuição local do correio.

“As ordens de pagamento e os cheques foram emitidos por este Instituto, tendo as pensões sido pagas em novembro de 2019. Contudo, permanecem por levantar a maior parte dos cheques de outubro e aqueles que foram emitidos nos meses de dezembro de 2019 e janeiro de 2020”, explicou a Segurança Social.

De acordo com a mesma fonte, o Instituto da Segurança Social “continua a diligenciar por mais esclarecimentos e pela resolução do problema junto do respetivo banco de ligação”.

“Paralelamente, o Instituto da Segurança Social procedeu ao reenvio das cartas-cheque, para que as pessoas afetadas possam receber os valores em falta”, acrescentou.

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