Estivadores servem de “bode expiatório” pelo incumprimento das empresas portuárias
O JPP esteve reunido com o Sindicato dos Estivadores de Atividade Logística (SEAL), para analisar a problemática da situação do transporte de mercadorias para as ilhas e dos seus eventuais condicionalismos, tendo a garantia dos estivadores que os serviços mínimos estão a ser cumpridos escrupulosamente.
Segundo o SEAL a situação em causa do Porto de Lisboa deve-se ao desrespeito pelo Código do Trabalho e pelo contrato coletivo de trabalho assinado em 2018, em que as empresas concessionárias de estiva estão a pagar salários de 390 euros aos trabalhadores, numa atitude clara de descriminação e desrespeito pelas famílias e compromissos dos estivadores.
“Recorde-se que os plenários estão a ser feitos às sextas-feiras, exatamente para salvaguardar o sábado, que é o dia em que são carregados os navios porta-contentores com a maioria da mercadoria para as regiões autónomas. O que se observa é que se tem usado os estivadores como “bode expiatório” para as eventuais falhas no transporte de mercadorias, quando na verdade e à vista do Governo (que é concedente destas empresas de estiva) e das entidades reguladoras e fiscalizadoras verificam-se as ilegalidades e os procedimentos de contornos fraudulentos.
“Damos como exemplo, se os trabalhadores da Assembleia Legislativa da Madeira não receberem o seu salário como é devido ou como no caso dos estivadores, recebessem apenas 390 euros por um mês de trabalho, o principal órgão de autonomia funcionaria em pleno?”
Para o efeito e com o objectivo de esclarecer toda a população e o sector que depende do transporte de mercadorias, o JPP requereu esta semana, uma audição parlamentar aos Sindicatos dos Estivadores Marítimos.