Inteligência e estupidez não têm cor
Katherine Johnson nasceu em 26 de Agosto de 1918 na Virgínia Ocidental, Estados Unidos da América (EUA) tendo falecido a 24 de Fevereiro de 2020 com 101 anos. Foi uma mulher extraordinária que conciliou de forma brilhante a sua vida como esposa, mãe e insigne cientista matemática, dando uma contribuição fundamental no desenvolvimento da aeronáutica e da exploração espacial dos EUA. Foi recrutada pela NASA em 1953 para fazer cálculos matemáticos de elevada complexidade ficando conhecida como “o computador de saias”. Tal como outras colegas cientistas brilhantes que consigo trabalhavam foram sujeitas até 1958 à iniquidade das leis de segregação racial que as obrigavam a utilizar casas de banho e cantinas separadas, apesar do brilhantismo com que desempenhavam as suas funções e a elevada importância das mesmas para os projetos que a NASA estava a levar a cabo. Em 1962 o astronauta John Glenn, antes de iniciar a sua missão na cápsula espacial Friendship 7 com a qual completou três órbitas à volta da Terra, pediu-lhe que verificasse se os dados do computador de bordo estavam corretos e só depois de ela os confirmar é que iniciou a missão. Foi incumbida pela NASA juntamente com outras duas colegas cientistas Dorothy Vaughan e Mary Jackson de calcular as trajetórias de voo dos Projetos Mercury e Apollo 11 que culminaram em 1969 com a primeira ida do homem à Lua. Até se reformar em 1979 trabalhou nos diversos projetos da NASA e foi autora de inúmeros textos científicos. Recebeu diversos prémios e condecorações entre elas a Medalha Presidencial da Liberdade atribuída apenas a um grupo restrito de dezassete personalidades. Uma lição para quem acha que a capacidade de fazer coisas extraordinárias e positivas tem algo a ver com os genes que determinam que o tom da pele seja mais escuro ou mais claro. A inteligência e a estupidez não têm cor, mas inteligência e humanismo dão cor e sentido à vida, enquanto estupidez e ódio só trazem sofrimento.
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