2.858 já morreram por causa do coronavírus
Conheça os últimos dados e reacções em vários países sobre a epidemia
O Covid-19, detetado em Dezembro na China e que pode causar infecções respiratórias como pneumonia, provocou já pelo menos 2.858 mortos e infectou mais de 83 mil pessoas, de acordo com dados reportados por meia centena de países e territórios.
Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.
Além de 2.788 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.
Dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão, um dos quais com confirmação de infeção e o outro por indícios relacionados com o novo coronavírus.
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão.
China anuncia mais 44 mortos e 433 novos casos de infeção
O número de mortos na China continental devido ao coronavírus Covid-19 subiu hoje em 44, para 2.788, com o país a registar 433 novos casos de infeção, fixando o total em 78.824.
Segundo os dados atualizados pela Comissão Nacional de Saúde da China, até à meia-noite de hoje (16:00 de quarta-feira em Lisboa), entre os casos confirmados, 39.919 continuam ativos e 7.952 em estado grave.
Mais de 36.000 pessoas já receberam alta após superarem a doença.
A mesma fonte acrescentou que, até ao momento, 656.000 pessoas foram colocadas sob observação, após terem tido contacto próximo com os infetados, entre os quais 65.000 ainda estão a ser acompanhados.
O número de pessoas suspeitas de estarem infetadas pelo novo coronavírus fixou-se em 2.308, detalhou a mesma fonte.
Na província de Hubei, o epicentro da epidemia, que acumula 84% dos casos e 96% das mortes, o número de novos casos fixou-se hoje em 318, ao mesmo tempo que morreram 41 pessoas, a maioria em Wuhan, capital da província.
Entre os 36.829 casos atualmente ativos na província, 7.633 estão em estado grave.
Fora de Hubei foram reportados nove novos casos e 3 mortos devido ao coronavírus: dois em Pequim e um na região autónoma de Xinjiang, extremo noroeste da China.
A China soma 95% dos casos de infeção pelo novo coronavírus a nível mundial.
Mais de 2.000 infetados na Coreia do Sul, 256 novos casos num só dia
A Coreia do Sul tem mais de duas mil pessoas infetadas com o coronavírus Covid-19, depois de as autoridades de saúde terem anunciado hoje que foram detetados mais 256 casos nas últimas 24 horas.
O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças daquele país informou que 231 dos novos casos ocorreram na cidade de Daegu e na província vizinha.
Em comunicado, a mesma entidade indicou que se mantém o registo de 13 mortes causadas pelo vírus.
A área de Daegu foi a mais atingida no surto da Coreia do Sul.
Um grande conjunto de casos foi conectado a uma igreja de Daegu, com os profissionais de saúde a realizarem testes a milhares dos seus membros.
Primeiro caso identificado na África subsaariana, na Nigéria
O primeiro caso de coronavírus Covid-19 foi hoje confirmado na África subsaariana, na Nigéria, depois de terem sido identificados outros nos últimos dias no norte do continente, no Egito e na Argélia.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) instou todos os países que ainda não detetaram casos a prepararem-se para a chegada do novo coronavírus, alertando que seria um “erro fatal” acreditar que podem estar a salvo.
O caso registado na Nigéria é de um italiano que voltou de Milão a 25 de fevereiro e foi hospitalizado no estado de Lagos, após ser testado positivo para o coronavírus, tornando-se o primeiro paciente na África subsaariana, anunciou o Ministério da Saúde daquele país africano.
“O paciente está numa condição clínica estável e não apresenta sintomas perturbadores”, afirmou o ministério, em comunicado.
Dois outros casos de contaminação foram identificados nos últimos dias no norte da África, Egito e Argélia. O número muito baixo de pacientes detetados em países africanos, com sistemas de saúde frágeis, tem intrigado os epidemiologistas, enquanto mais de 83.000 casos foram identificados em outras partes do mundo.
Presidente da Venezuela atribui surto a guerra biológica contra a China
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, atribuiu hoje o surto do coronavírus Covid-19 a uma guerra biológica contra a China e anunciou a criação de uma comissão presidencial para enfrentar a epidemia do vírus.
“Há muitas análises no mundo que já demonstram que o coronavírus pode ser uma cepa criada para a guerra biológica contra a China”, disse.
Nicolás Maduro falava durante uma alocução ao país, obrigatoriamente transmitida em direto pelas rádios e televisões venezuelanas, durante a qual pediu à população que se una para combater o novo vírus.
“Já são muitos os elementos que são vistos na análise mundial e há que levantar a voz, chamar a atenção e tocar a campainha, alertar, que não seja o coronavírus uma arma de guerra, que está sendo usada contra a China e agora contra os povos do mundo em geral”, frisou.
Segundo Nicolás Maduro a Venezuela “tem voz própria para alertar para essas coisas”.
“Observem como o coronavírus tem avançado. Hoje criou-se uma comissão presidencial para atender o tema do coronavírus (...), hoje passaram revista a todos os mecanismos de prevenção, aos reagentes que felizmente temos no país e já temos um plano para enfrentar este ataque”, disse.
Nicolás Maduro precisou que a comissão será liderada pela vice-presidente executiva da Venezuela, Delcy Rodríguez.
“A humanidade viveu séculos com pestes. A maior peste que nos chegou foi a invasão imperialista da Europa que trouxe a varíola, as doenças venéreas, o sarampo e todas as doenças que os avós dos nossos avós, Guaicaipuro, Terepaima, Chacao, Caricuao, Naiguatá (caciques indígenas) viram como doenças, chegaram e mataram milhões, e passámos dos 100 milhões de indígenas que éramos para três milhões em 100 anos”, disse.
Nicolás Maduro explicou ainda que os vírus dessa invasão imperialista “acabaram com toda a população de um continente, da América”.
“Não se pode esquecer. Exterminaram-nos, com as doenças que trouxeram. Os índios que viviam nesta terra, viviam tranquilos, em paz e sãos (...) agora estamos perante o coronavírus, sem dúvida uma ameaça”, disse.
O Presidente da Venezuela anunciou que vai iniciar “uma campanha preventiva para se saber o que é o coronavírus, para se tomarem todas as medidas preventivas em casa, no lar, na escola, na fábrica, no centro de trabalho, na rua”.
“A Venezuela, com o seu sistema de saúde pública e um povo consciente, vai enfrentar esta ameaça desse vírus (...) Peço as bênção de Deus e a união do povo para que todas as medidas que estão sendo tomadas sejam bem-sucedidas em prol da saúde e da vida do nosso povo”, frisou.
Brasil antecipa campanha de vacinação da gripe
O Governo brasileiro anunciou na quinta-feira a antecipação da campanha de vacinação contra a gripe, de forma a facilitar o diagnóstico do coronavírus Covid-19, após a confirmação, na quarta-feira, do primeiro caso de infeção no país.
De acordo com o ministro da Saúde brasileiro, Luiz Henrique Mandetta, mesmo que a vacina não apresente eficácia contra o novo coronavírus, é uma forma de ajudar os profissionais de saúde a descartarem os vários tipos de gripe na triagem, assim como acelerarem o diagnóstico do Covid-19.
“A campanha acontecerá em âmbito nacional, como as anteriores. Vamos começar por grávidas, crianças até 6 anos, puérperas e idosos. Depois, incluiremos outras categorias. Dessa forma, espera-se que o vírus tenha menor propagação”, explicou o ministro.
Para a campanha, foram produzidas 75 milhões de doses que previnem contra os três tipos de vírus de gripe que mais circularam no ano anterior.
A campanha, que estava inicialmente programada para a segunda quinzena de abril, e cuja data de início foi antecipada para 23 de março, pretende ainda evitar que o sistema de saúde fique sobrecarregado.
A vacina contra a gripe não protege contra o novo coronavírus, mas, sim, contra outros tipos de gripe.
“As gripes A e B são mais comuns que o coronavírus, e a campanha nacional de vacinação contra a gripe diminui a situação endémica dos vírus respiratórios no país, por isso é muito importante que as pessoas que fazem parte do público-alvo da campanha procurem uma unidade de saúde”, concluiu o ministro, numa conferência de imprensa em São Paulo, estado onde foi detetado primeiro caso do novo coronavírus no Brasil.
O Brasil confirmou na madrugada de quarta-feira o primeiro caso positivo de contágio pelo coronavírus Covid-19, um homem de 61 anos, residente em São Paulo, que regressou recentemente do norte de Itália.
Até ao momento, o Brasil tem 132 casos suspeitos do novo coronavírus a serem monitorizados pelo Ministério da Saúde e 60 casos suspeitos já foram descartados em todo o país.
Liga confirma jogo entre Juventus e Inter de Milão à porta fechada
A Liga italiana de futebol confirmou hoje que o jogo entre a Juventus e o Inter de Milão, agendado para domingo, bem como outras quatro partidas do campeonato, vão ser disputados à porta fechada, devido ao coronavírus Covid-19.
Entre os cinco jogos da 26.ª ronda da prova que vão ser disputados sem público nas bancadas está o embate entre a líder Juventus, do internacional português Cristiano Ronaldo, e o Inter de Milão, que é terceiro colocado, marcado para domingo.
As outras partidas em questão são Udinese-Fiorentina, Milan-Genova, Parma-Spal e Sassuolo-Brescia.
Esta decisão da Liga italiana vem confirmar o anúncio efetuado pelo Governo, na segunda-feira, de realizar jogos à porta fechada em seis regiões do norte do país.
As seis regiões em questão são a Lombardia, Veneto e Piamonte, as três mais afetadas pelo coronavírus, mas também Friuli Venezia Giulia, Liguria e Emilia Romagna.
Nestas seis regiões, todas as competições desportivas com público tinham sido proibidas até domingo à noite, como parte da luta contra a propagação do Covid-19, que já causou 14 mortos em Itália.
Na ‘Serie B’, segundo escalão do futebol italiano, quatro jogos também vão ser disputados no fim de semana sem público, tal como aconteceu hoje na partida entre o Inter de Milão e o Ludogorets, a contar para a Liga Europa.