>
Mundo

Grécia reforça patrulhas na fronteira com a Turquia

Foto EPA
Foto EPA

A Grécia anunciou hoje o reforço das suas patrulhas na fronteira com a Turquia, depois dos turcos afirmarem que não impediriam mais os migrantes de passarem para a Europa.

“A Grécia reforçou a vigilância nas suas fronteiras terrestres e marítimas ao máximo”, disse uma fonte do Governo.

Segundo uma fonte policial grega, o número de patrulhas foi dobrado e um pedido de mobilização geral foi feito internamente.

“Tudo está sob controlo, não há razão para preocupação”, acrescentou a mesma fonte.

“Estamos a realizar uma monitorização da situação e a adaptar as nossas forças” de acordo com as necessidades, disse outra fonte policial.

Uma fonte do exército grego disse que cerca de 300 migrantes foram vistos no lado turco da fronteira, na região nordeste de Evros.

“Este número não é incomum”, explicou o oficial do exército.

Uma importante autoridade turca disse hoje que a Turquia não impediria mais os migrantes que tentam chegar à Europa cruzando a fronteira, logo após a morte de pelo menos 33 soldados turcos na região noroeste de Idlib, na Síria, em ataques aéreos atribuídos por Ancara ao regime sírio, que são apoiados militarmente pela Rússia.

“Após os desenvolvimentos em Idlib, (Atenas) está em estreito contacto com a União Europeia (UE) e a NATO”, disse a fonte do governo grego.

Representantes dos países membros da NATO vão reunir-se com urgência hoje para discutir a crise na Síria.

Além do grupo de migrantes na fronteira terrestre, a agência de notícias turca DHA informou a chegada de outros migrantes na costa de Ayvacik, na província de Çanakkale (oeste da Turquia), procurando alcançar a ilha grega de Lesbos.

Jornalistas da agência de notícias AFP notaram a chegada em Lesbos de uma embarcação com 15 afegãos a bordo, incluindo várias crianças.

A Turquia, que já abriga cerca de 3,6 milhões de sírios que fugiram de seu país devastado pela guerra, teme a chegada de ainda mais refugiados, à medida que a população rejeita cada vez mais a presença destes migrantes.

A Grécia e os seus parceiros europeus temem um novo afluxo de refugiados da Síria. Em 2015, mais de um milhão de refugiados e migrantes chegaram à Europa, até um acordo entre a UE e a Turquia para regular os seus movimentos.

A Grécia já está a ter dificuldades para cuidar dos milhares de requerentes de asilo que estão retidos no país, às vezes há vários anos, especialmente em suas ilhas, onde os campos de migrantes estão sobrelotados e as condições de vida são insalubres.

Mais de 38 mil migrantes lotam acampamentos nas ilhas de Lesbos, Chios, Samos, Leros e Kos, enquanto essas instalações são planeadas apenas para 6.200 pessoas.

Apenas algumas centenas de migrantes foram devolvidos à Turquia e também poucos Estados europeus concordaram em aceitar refugiados da Grécia depois de as fronteiras europeias terem sido fechadas em 2016.

O Governo conservador do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, que chegou ao poder em Julho passado, não conseguiu convencer as autoridades locais nas ilhas gregas dos méritos do seu plano de construir novos, menores e mais saudáveis campos.

Os campos gregos no continente também estão sobrelotados e as autoridades locais também se opõem à chegada de novos migrantes.

Esta semana, o Governo tentou adiantar o seu plano para novos campos ao enviar polícias e equipamentos de construção para Lesbos e Chios. Entretanto, a iniciativa provocou uma revolta: após violentos confrontos com manifestantes que deixaram dezenas de feridos, a polícia foi removida das ilhas.

Mitsotakis disse que irá visitar Samos, Lesbos e Chios, após uma reunião na quinta-feira com os autarcas destes locais para aliviar as tensões.

Fechar Menu