Mulheres portuguesas cansadas e sem tempo para elas
A conclusão é do estudo ‘As mulheres em Portugal, hoje: quem são, o que pensam e como se sentem’, da Fundação Francisco Manuel dos Santos
A situação em que vivem as mulheres portuguesas é “insustentável a vários níveis”. A conclusão é do estudo ‘As mulheres em Portugal, hoje: quem são, o que pensam e como se sentem’, da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
De acordo com a publicação, como profissionais elas ganham menos do que eles e, se calhar por isso, mais de metade (51%) das mulheres declaram-se infelizes com o trabalho pago.
Dentro de portas, as mulheres inquiridas (2428 que, tendo entre 18 e 64 anos de idade, utilizam regularmente a Internet e declararam-se ainda responsáveis por 73% das tarefas domésticas.
As mulheres que dispõem de menos tempo para si próprias são as que têm filhos/as e trabalho pago, independentemente de viverem ou não em casal. Ou seja, para as que têm trabalho pago e filhos/as, o facto de viverem em casal não as liberta de uma única hora de trabalho por dia.
Nas duas situações, trabalham à volta de 13 horas, em média, por dia, das quais pouco mais de 7 são remuneradas e à volta de 6 são não pagas (gastas nas tarefas domésticas, nos cuidados dos/as filhos/as e em compras/
recados).
Em ambos os casos, as mulheres dispõem para si próprias, por dia, de cerca de 4 horas e meia.
Este estudo representa (2,7 milhões de mulheres entre os 18 e os 64 anos) e abrange um vasto leque de temáticas, tais como: as características, os hábitos e as atitudes perante a vida, a relação com a pessoa parceira, os filhos e as filhas, o trabalho pago, o trabalho não pago, a família de origem, as pessoas amigas, a situação económica, o assédio moral no trabalho, o assédio sexual, a violência doméstica e de género, etc. De ressalvar que a amostra deixa de fora 19% das mulheres entre os 18 e os 64 anos (cerca de 634 mil mulheres, segundo o INE), bem como as que têm mais de 64 anos, ou seja, cerca de 1,3 milhões
A Fundação Francisco Manuel dos Santos teve a ideia de levar a cabo esta investigação quando chegou às suas mãos um exemplar do estudo que, com o mesmo propósito, Laura Sagnier acabava de realizar em Espanha, com a ajuda de uma equipa da consultora PRM Market Intelligence.
O acesso gratuito ao estudo completo é possível em ffms.pt.