Despesas militares globais aumentam 4% em 2019
As despesas militares globais registaram um aumento de 4% em 2019, o maior em dez anos, resultado da crescente rivalidade entre potências e da corrida às novas tecnologias, segundo o relatório anual do International Institute for Strategic Studies (IISS).
“As despesas aumentaram com a saída das economias da crise financeira (de 2008) e por causa de uma maior perceção das ameaças”, revelou o diretor geral do IISS, John Chipman, na apresentação do relatório, na Conferência de Segurança de Munique na Alemanha.
Segundo o relatório daquele instituto britânico, a ordem internacional do pós-Guerra Fria está a mudar.
As maiores mudanças militares são o término em 2019 do tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF, na sigla inglesa) - obrigava os EUA e a Rússia a destruir e a não voltar a utilizar os mísseis, nucleares ou convencionais, com alcance de 500 a 5.000 quilómetros -- e o fim iminente, em 2021, do tratado sobre o armamento nuclear entre os dois países, New START.
Adicionalmente, a ascensão da China a potência mundial e as múltiplas crises regionais, desde a Ucrânia até à Líbia, ajudaram à metamorfose da ordem mundial, continua o relatório.
As novas armas desenvolvidas pela China e pela Rússia -- mísseis hipersónicos, submarinos comandados remotamente -- apresentadas como “invulneráveis”, também alimentam a corrida ao armamento.
Neste contexto, os dois maiores orçamentos militares do mundo são o dos EUA (cerca de 630 mil milhões de euros) e da China (cerca de 166 mil milhões de euros) que registaram um aumento conjunto de 6,6% em 2019, comparativamente com 2018.
Apenas o aumento dos gastos militares dos EUA (49,26 mil milhões de euros) equivale ao 7.º maior orçamento de Defesa do mundo.
Às duas potências mundiais seguem-se a Arábia Saudita (3.ª), a Rússia (4.ª), a Índia (5.ª), o Reino Unido (6.º), a França (8.ª), o Japão (9.º) e a Alemanha (10.ª).