Guaidó rejeita oferta de diálogo de Maduro e pede reconhecimento à UE
O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, rejeitou hoje a oferta de diálogo do Presidente Nicolás Maduro e pediu à União Europeia (UE) e à comunidade internacional que continuem a reconhecer a atual Assembleia Nacional.
A UE rejeitou na segunda-feira o resultado das eleições legislativas na Venezuela, por considerar que não cumpriram os padrões mínimos internacionais e deu até 05 de janeiro - data em que expira o mandato da Assembleia Municipal, liderada por Guaidó - para definir a relação que terá com a nova câmara de deputados.
"Maduro há sete anos que fala de diálogo. Falou tanto que, infelizmente, deteriorou este conceito na Venezuela", disse Guaidó durante uma videoconferência de imprensa, após uma reunião virtual com os eurodeputados do grupo político Renovar no Parlamento Europeu.
O líder da oposição venezuelana encontrou-se hoje com o eurodeputado espanhol, Jordi Cañas, vice-presidente da Assembleia Parlamentar Euro-latino-americana, e com a vice-presidente do Parlamento Europeu, Dita Charanzová.
"Maduro faz uso desses recursos, infelizmente, para ganhar tempo e não apresentar soluções", disse Guaidó, sobre a oferta de diálogo por parte de Maduro.
Sobre o papel da nova Assembleia Nacional que surgirá depois das eleições legislativas de domingo passado, Guaidó pediu à UE que não se limite a rejeitar as eleições e continue a reconhecer o atual Parlamento como legítimo.
"Só a rejeição da fraude será insuficiente", disse Guaidó, acrescentando que "devemos fortalecer o diálogo do Parlamento nacional, da representação legítima da Constituição venezuelana e, portanto, o reconhecimento da extensão constitucional".
O princípio da extensão constitucional é o que o líder da oposição já reivindicou na segunda-feira, ao anunciar que pretende manter as funções de presidente, quando terminar o seu mandato, no dia 05 de janeiro.
"No dia 05 de janeiro estarei em Caracas - apesar dos riscos, das novas ameaças da ditadura - exercendo funções para restaurar o Estado de Direito e a democracia na Venezuela", disse Guaidó.
O líder da oposição voltou a apelar à realização de "eleições livres" na Venezuela e, perante as vozes divergentes de membros do seu grupo político em relação à estratégia que pretende seguir, disse que o dirigente oposicionista Herique Capriles "apoia a 100%" as suas palavras.