Notas de um “annus horribilis”
1. Estamos à beira da Festa. Este Natal e fim de ano, ano estranho, tudo deverá ser diferente. A pandemia, que paira sobre as nossas cabeças como se fosse uma espada, não quer permitir a celebração da Festa em família e aconselha ao bom-senso e ao recolhimento. Enquanto não existir vacina que nos proteja de forma eficaz, teremos de ser responsáveis connosco e com os outros. Viver o Natal e o fim do ano, apenas com o núcleo familiar mais restrito, seguindo à risca as recomendações das autoridades de saúde, é o melhor que podemos fazer para que, como afirmou o Bispo de Setúbal, nosso conterrâneo “os nossos avós [e nós próprios] possam chegar ao próximo Natal”.
2. Este foi um ano em que me despedi de várias pessoas que tornaram o mundo melhor. A Conceição, o Carlinhos, a Zuraida Soares e a Carmo Bica (entre tantos outros) fazem-nos falta todos os dias. Pela sua experiência política e de vida, pela sua sabedoria na simplicidade, pela sua camaradagem e pelos exemplos de Luta e resiliência. Isto, sem eles, nunca mais será a mesma coisa.
3. Foi aprovado o Orçamento do Estado e está na Assembleia Legislativa o Orçamento da Região para o ano 2021. Apesar das guerrilhas entre a Região e a República, com culpas de ambos os lados, espero que ambos os documentos contribuam para diminuir as assimetrias sociais existentes e para responder à crise social criada pela pandemia. Valorizar os salários e as pensões, baixar impostos e reforçar os apoios sociais a quem mais precisa são medidas urgentes e necessárias. Se do Orçamento do Estado pouco se vislumbra aguardemos pelo Orçamento Regional. Não que acredite no Pai Natal. Mas quero acreditar que é possível aliviar o peso da cruz que todos carregamos.
Umas Boas Festas a todos e até 2021.