Governo sul-africano alerta para contágio em festas escolares de fim de ano
A África do Sul identificou as festas escolares de fim de ano como eventos de "super-disseminação" de covid-19, tendo ordenado que todos os estudantes que as frequentaram cumpram um período de 10 dias de isolamento.
Em causa estão festas realizadas para assinalar a conclusão do ensino secundário, privadas e organizadas por promotores que cobram as entradas aos alunos -- que devem ser maiores de idade. Nestas festas são realizadas danças e há também venda de álcool.
Algumas destas festas foram já acusadas de serem responsáveis por muitos casos de covid-19, numa fase em que a África do Sul, o país africano mais atingido pela pandemia, enfrenta uma nova onda de infeções pelo coronavírus SARS-CoV-2.
Na passada semana, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou novas restrições na província do Cabo Oriental que, segundo ele, é um foco da crise sanitária.
"É evidente que nestas atividades de entretenimento a maioria dos participantes não está constantemente consciente do bom comportamento", afirmou o ministro da Saúde, Zweli Mkizhe, numa declaração citada pela Associated Press.
"Isto significa que os nossos jovens não só se expõem ao risco de contraírem covid-19, como também põem em risco a vida dos seus pais, avós e outros entes queridos que vivem com comorbidades", acrescentou o ministro que pediu a todos os estudantes que participaram nestas festas a realizarem testes à covid-19.
A média a sete dias do número de novos de casos diários na África do Sul aumentou nas últimas duas semanas, passando de 4,01 novos casos por 100.000 pessoas para 6,47 novos casos por 100.000 pessoas em 06 de dezembro.
Por outro lado, a média a sete dias de mortes manteve-se praticamente inalterada, com uma subida de 0,16 mortes por 100.000 pessoas em 22 de novembro para 0,18 mortes por 100.000 pessoas em 06 de dezembro.
Na semana passada, Ramaphosa anunciou restrições mais rigorosas em áreas onde haja mais casos de covid-19, em particular nas áreas metropolitanas da Baía Nelson Mandela -- incluindo a cidade de Port Elizabeth, na província do Cabo Oriental.
As novas restrições incluem limitações à venda de álcool, encontros com mais de 100 pessoas, um recolher obrigatório noturno e a proibição do consumo de álcool em espaços públicos.
Em África, há 53.856 mortos confirmados em mais de 2,2 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
A África do Sul regista o maior número de casos do continente, ultrapassando os 814.000, incluindo mais 22.000 mortos e 744.000 recuperados.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.535.987 mortos resultantes de mais de 67 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.